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Investidores: Bolsa de Xangai vai prosseguir movimento de queda

Os investidores estão pouco convencidos de que a instabilidade na bolsa de Xangai tenha chegado ao fim. Estão à espera de mais quedas nas acções chinesas durante a próxima semana. Eis a visão de três analistas.

Bloomberg
06 de Setembro de 2015 às 20:11
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Mark Mobius, Tom DeMark e George Magnus, três analistas com formas diferentes de encarar os mercados, estão todos de acordo nesta questão: as acções chinesas ainda têm mais "chão" onde cair. Em declarações à Bloomberg, afirmam que os esforços do governo chinês para impulsionar o mercado são inúteis.

 

"Deixem de combater o mercado e deixem a bolsa cair", defende Mobius, gestor de activos da Franklin Resources e que investe há mais de 40 anos nos mercados emergentes. "Espero que o governo reduza a sua intervenção. Eles já perceberam que não está a funcionar", disse à Bloomberg.

 

Na opinião de DeMark, que há mais de quatro décadas que desenvolve indicadores para identificar pontos de viragem nas bolsas, o índice de Xangai irá provavelmente cair mais 18% para 2.590 pontos até atingir um "fundo".

 

Já Magnus, conselheiro económico independente do UBS Group, diz que o governo chinês tem de permitir que o índice bolsista de referência caia mais, para um intervalo entre 2.500 a 2.800 pontos.

Nas passadas quinta e sexta-feira, a bolsa chinesa não negociou, só voltando a reabrir amanhã, 7 de Setembro. Isto devido à comemoração do 70.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial, o que levou o governo a decretar feriado nacional e a agendar uma parada militar na Praça de Tiananmen (Praça da Paz Celestial).

O índice compósito de Xangai afundou 39% desde 12 de Junho, data em que tinha atingido o nível mais alto de sete anos e altura em que valorizava 150% no acumulado do ano. Com este movimento de perdas, foram "varridos" da bolsa chinesa cerca de cinco biliões de dólares em valor accionista. Este "crash" rapidamente se estendeu ao resto do mundo, que receia as implicações do abrandamento económico na China.

A Bolsa de Xangai encerrou a ceder 0,20% na quarta-feira, 2 de Setembro, para 3.160,167 pontos. Os investidores aguardam agora pela abertura da sessão de segunda-feira, às 2h15 de Lisboa.


"Pensamos que estamos a chegar ao fim" desta fase de volatilidade do mercado, afirmou no sábado em Ancara o director geral do Banco Popular da China, Zhu Jun, numa entrevista à Bloomberg que mostra um tom mais optimista do que o dos analistas e investidores.

Segundo Zhu, que marcou presença na reunião do Grupo dos 20, que decorreu na sexta e sábado na capital da Turquia, "o nível de alavancagem do mercado diminuiu significativamente e consideramos que não existe risco sistémico".

 

As autoridades chinesas intervieram para impedir uma queda livre da Bolsa de Xangai – e também para tentarem estabilizar os preços antes da parada militar de 3 de Setembro, comentou à Bloomberg uma fonte conhecedora destas medidas.

 

Os 20 países mais desenvolvidos do mundo apoiaram as políticas que o Governo chinês está a aplicar para estabilizar a economia. O ministro chinês das Finanças, Lou Jiwei, e o governador do banco central, Zhou Xiaochuan, mostraram-se convencidos que o objectivo da estabilização financeira foi atingido, garantiram que não há uma tendência de desvalorização a longo prazo e disseram que estão a preparar-se para adoptar medidas de estímulo orçamental.

 

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