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Hedge funds comparam ambiente actual a crashes bolsistas de 2000 e 2008

O número de gestores de hedge funds que se preparam para uma situação de caos nos mercados tem vindo a aumentar.

Reuters
01 de Julho de 2018 às 13:00
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Greg Coffey, que fez sucesso na Moore Capital Management e começou a trabalhar na sua própria empresa este ano, compara a turbulência de Maio ao fim da bolha das ‘dotcom’, em 2000. Russell Clark, da Horseman Capital Management - conhecido por ser um dos gestores mais pessimistas da Europa – invocou as memórias da crise financeira de 2008 numa nota enviada aos clientes.

 

Os dois gestores, que estão entre os mais conhecidos na Europa, juntam-se assim a um coro crescente de investidores que antecipam o fim da subida dos preços dos activos, com a normalização das políticas dos bancos centrais e a ascensão do populismo, que ameaça o comércio em todo o mundo. Em Maio, o bilionário George Soros alertou para a aproximação de uma crise financeira e para uma ameaça existencial à União Europeia. Já Crispin Odey espera um crash nos mercados há anos e perdeu dinheiro a apostar nisso.

 

"Os fantasmas de 2000 voltaram", escreveu Coffey, em Maio, numa nota aos investidores. "Que ninguém se engane, este é o ambiente de investimento em que estamos e estaremos ao longo de 2018".

 

Anos dolorosos

 

Apostar num crash – uma das possibilidades dos hedge funds que não está disponível para os fundos tradicionais – tem-se revelado uma estratégia dolorosa nos últimos anos, marcados pelas compras de activos dos bancos centrais, com o objectivo de sustentar os mercados. O hedge fund de Odey, chamado European Inc., perdeu quase 50% em 2016 e mais 22% no ano passado.

 

"Desde a crise financeira global, aumentou exponencialmente o número de profissionais a prever uma desgraça", conta Philippe Ferreira, estrategista sénior em Paris da Lyxor Asset Management. "Mas tirando os riscos políticos, a economia global vai bem".

 

Ainda assim, há evidências de que a calmaria que os mercados aproveitaram nos últimos anos pode estar a ficar para trás. Biliões de dólares desapareceram das bolsas globais no início de Fevereiro, quando um aumento súbito da volatilidade surpreendeu os investidores que esperavam que a táctica dos bancos centrais de imprimir dinheiro manteria a tranquilidade nos mercados. A turbulência regressou em Maio, quando a instabilidade política em Itália motivou um ‘selloff’, que se prolongou este mês, com a disputa entre as maiores economias do mundo.

 

Ganhar dinheiro

 

A turbulência de Maio ajudou o bilionário Alan Howard a acumular um ganho de 37% no seu hedge fund de 2,3 mil milhões de dólares no mês passado. O principal fundo da sua empresa valorizou 7,6% no mesmo período, o melhor desempenho mensal desde a crise financeira de 2008. O fundo de Clark subiu 4,3% até Maio e o de Coffey avançou 3,7% nos seus dois primeiros meses de negociação.

 

Clark, cuja firma tem 1,2 mil milhões de dólares sob gestão, escreveu que os padrões observados actualmente nos mercados lembram 2008, ano em que o seu hedge fund subiu 31%. O gestor aponta que as margens e os preços dos activos estão elevados, enquanto os preços das commodities e os juros estão a subir.

 

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