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Há 24 anos que o PSI-20 não negociava abaixo dos 4 mil pontos

O PSI-20 está a negociar no nível mais baixo desde 1996 numa sessão que volta a ser de fortes quedas em todas as praças mundiais.

Reuters
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A bolsa nacional segue em forte queda, em mais um dia negro nos mercados acionistas, tendo o PSI-20 negociado já abaixo dos 4.000 pontos, o que não acontecia há 24 anos.

 

O índice português está a cair 4,67% para 4.020,53 pontos, com todas as 18 cotadas do índice em terreno negativo. O PSI-20 atingiu uma queda máxima de 6,47% para 3.944,65 pontos, sendo esta a primeira sessão desde janeiro de 1996 que negoceia abaixo dos 4.000 pontos.

 

A bolsa portuguesa está assim em mínimos de 24 anos, atingindo níveis mais baixos que durante a crise financeira de 2008 que levou a economia mundial a uma recessão global e da crise das dívidas de 2011, que obrigou o país a pedir assistência externa.

 

Nas praças europeias a tendência é igualmente de quedas, com os principais índices a recuarem mais de 5%, registando mínimos de pelo menos 2016.

 

Wall Street prepara-se também para abrir no vermelho. Os futuros do S&P500 recuaram mais de 5%, o que levou a uma interrupção da negociação. De acordo com a Bloomberg, os futuros do índice norte-americano já chegaram a cair 5,06% durante a sessão desta quinta-feira.

 

O índice Dow Jones entrou ontem em "bear maket", ou seja, atingiu uma desvalorização de 20% desde o último pico máximo, pondo fim ao mais longo período do "bull market" da história. Hoje foi a vez do índice mundial MSCI, o índice de referência mundial, entrar nesse patamar.


As bolsas estão a ser pressionadas pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ontem à noite anunciou a suspensão de todas as viagens da Europa para os Estados Unidos, nos próximos trinta dias. O líder da Casa Branca pediu ainda que as pessoas evitem viagens não essenciais e garantiu que em breve serão tomadas "medidas sem precedentes" para alívio financeiro dos trabalhadores que não possam trabalhar devido à doença, mas sem especificar.

Numa conferência de imprensa destinada a divulgar medidas para combater o impacto do coronavírus, o líder da Casa Branca não forneceu detalhes sobre o plano económico que os Estados Unidos vão seguir para mitigar os efeitos imediatos do vírus Covid-19, deixando os investidores apreensivos. 

11 mínimos no PSI-20


Com todas as cotadas a negociar em território negativo, na bolsa nacional destaca-se a queda do BCP, que afunda 5,86% para os 11,73 cêntimos por ação, o que representa um novo mínimo histórico. Ainda assim o BCP desce menos que o índice da banca europeia (o Stoxx Banks afunda mais de 7%).

Ao todo são 11 as cotadas do PSI-20 que negoceiam em mínimos de pelo menos um ano.

 

As papeleiras Altri (-7,38% para 3,69 euros) e Navigator (-6,98% para 2,186 euros) estão a negociar em mínimos desde 2016 e 2013, respetivamente. 

A Sonae (-5,18% para 0,6045 euros) cai mesmo para mínimos de abril de 2012 e a Sonae Capital (-5,43%) desvaloriza para um patamar só atingido em julho de 2016. Nos (janeiro de 2013), Ibersol (outubro de 2016) e Semapa (junho de 2016) são as outras empresas a cair para mínimos. A Ramada, REN e Corticeira Amorim estão também em mínimos.

A petrolífera Galp não está em mínimos mas derrapa 4,94% para os 8,934 euros por ação, num dia em que os preços da matéria-prima continuam a conhecer pesadas quedas. Hoje, o Brent - negociado em Londres e que serve de referência para Portugal - deprecia 6,29% para os 33,54 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) acompanha a tendência e cai 5,55% para os 31,15 dólares por barril.

Clemens Grafe, economista do Goldman Sachs, disse que os preços do petróleo se iriam manter no patamar dos 30 dólares pelo menos durante os próximos seis meses, antes de começarem a subir de forma gradual até atingirem a barreira dos 60 dólares por barril.

 

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