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Galp e BCP atiram PSI-20 para mínimo de janeiro e perdas no ano

No acumulado de 2019 o PSI-20 está a perder 0,28%. Hoje o índice acompanhou mais um dia de quedas nos mercados acionistas, numa sessão marcada pela descida dos juros da dívida pública.

Pedro Catarino/CM
15 de Agosto de 2019 às 17:00
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A bolsa nacional fechou em queda pela segunda sessão consecutiva, em linha com o comportamento das principais praças europeias, num dia em que a queda dos juros das obrigações soberanas voltou a causar estragos nos mercados acionistas.

 

O PSI-20 fechou a cair 0,68% para 4.718,29 pontos, com 12 cotadas em baixa e seis em queda. O índice português atingiu mínimos de 2 de janeiro e passou a acumular um saldo negativo no ano (perde 0,28% em 2019). A 16 de abril o PSI-20 atingiu um pico nos 5.429,32 pontos - o que tinha implícito uma valorização anual superior a 10% -, tendo depois perdido valor. Foi em julho e em agosto que a tendência de queda acabou por se afirmar e apagar os ganhos do ano.  

 

Nas bolsas europeias os índices negoceiam com perdas em torno de 0,5%, com a tendência negativa a acentuar-se no final da sessão devido às palavras de Olli Rehn. O ex-comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos e atual governador do Banco da Finlândia afirmou que o BCE devia anunciar um pacote de estímulos "significativo e impactante" que apanhe de surpresa os investidores. 

A reação foi imediata, com os juros das obrigações soberanas em vários países europeus a afundarem para mínimos históricos, acentuando o movimento de fuga dos mercados acionistas para a dívida soberana. Depois de ontem a inversão da curva de rendimentos dos EUA e Reino Unido (taxas a 2 anos mais altas do que as taxas a 10 anos) ter aumentado os alertas de recessão económica global, hoje a "yield" das obrigações norte-americanas a 30 anos baixou pela primeira vez da fasquia dos 2%. 

 

Na frente da guerra comercial as notícias também estão a ter impacto negativo nos mercados acionistas, uma vez que a China acusou os Estados Unidos de violarem o acordo assinado entre Xi e Trump, ameaçando com as "necessárias retaliações".

 

A pressionar o PSI-20 estiveram sobretudo as ações da Galp Energia, BCP, EDP Renováveis e Jerónimo Martins.  

 

As ações da Galp Energia caem 1,38% para 12,50 euros, tendo atingido um novo mínimo de novembro de 2016. A petrolífera seguiu o desempenho negativo do setor, que está a ser penalizado pela queda dos preços do petróleo. Os receios agravados de recessão levam a cotação do Brent em Londres a recuar 2% para 58,29 dólares.

 

O BCP caiu 0,96% para 0,1960 euros numa altura em que cresce a pressão sobre o setor financeiro devido à política de estímulos monetários dos bancos centrais.

 

A EDP renováveis caiu 1,29% para 9,21 euros, a aliviar dos máximos históricos que tem vindo a atingir nas últimas sessões. A Jerónimo Martins desceu 1,12% para 14,145 euros.

 

A Pharol protagonizou a maior queda do PSI-20 (-5,54% para 12,28 cêntimos) e atingiu mínimos de julho 2016, com as ações a serem pressionadas pela notícia de que o BCP acionou a garantia de um empréstimo da High Bridge (que entrou em incumprimento). A garantia eram ações da Pharol, equivalentes a cerca de 10% do capital da empresa liderada por Palha da Silva, com o banco a deixar claro que o seu objetivo é que estes títulos sejam vendidos. Uma posição que aumenta a pressão sobre as ações, uma vez que a expectativa é que seja libertada uma quantidade significativa de ações no mercado.

 

As ações dos CTT renovaram mínimos históricos, mas terminaram a sessão a subir 1% para 1,818 euros.

 

As ações da Cofina e da Media Capital continuaram suspensas de negociação, apesar da Cofina ter ontem emitido um comunicado a confirmar que está em negociações exclusivas com a Prisa para comprar a dona da TVI.

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