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Famílias ultra ricas duplicam retornos anuais com subida das acções

São tempos emocionantes para os clãs mais ricos do mundo. Os "family offices" obtiveram retornos médios de 15,5% no ano passado, contra 7% em 2016 e 0,3% no ano precedente, segundo o UBS Group e a Campden Wealth. Os asiáticos lideraram com um retorno de 16,4% em 2017, impulsionados pela valorização dos mercados de acções e de private equity.

29 de Setembro de 2018 às 20:00
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Este é o quinto relatório anual do UBS e da Campden, e oferece uma visão de dentro do discreto mundo dos "family offices" que gerem fortunas, questões tributárias e, muitas vezes, o estilo de vida dos ricos.

 

Embora a família Rockefeller tenha criado uma das primeiras versões nos anos 1800 e as famílias europeias se tenham apressado a seguir os seus passos, os "family offices" proliferaram neste século, em parte devido à explosão dos multimilionários do sector das tecnologias.

 

Paul Allen, co-fundador da Microsoft, criou o Vulcan Capital em 2003. Alguns anos mais tarde, o presidente da Alphabet, Sergey Brin, fundou o Bayshore Global Management e o ex-CEO do Google Eric Schmidt montou o Hillspire.

 

A firma de Brin, com sede em Los Altos, Califórnia, empregou ex-executivos bancários, especialistas em filantropia e um ex-SEAL da Marinha dos EUA para segurança. O "family office" de Schmidt, com sede em Palo Alto, controla uma participação de 20% no fundo de cobertura de risco D.E. Shaw & Co.

 

O trio tem uma fortuna combinada avaliada em quase 100 mil milhões de dólares, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

 

O ritmo dos novos "family offices" acelerou especialmente na última década, impulsionado pela ascensão da riqueza asiática e o UBS estima que a cada dois dias surge um novo multimilionário na China.

 

A Ásia acolhe actualmente 25% dos participantes do ranking da Bloomberg das 500 pessoas mais ricas do mundo, atrás apenas da América do Norte.

 

Dos 311 "family offices" que responderam ao inquérito mais recente, 37% foram criados depois de 2010. Os activos médios mantidos pelos entrevistados ascendem a 808 milhões de dólares e a fortuna média das famílias é de 1,1 mil milhões de dólares. Pouco mais de um em cada cinco afirmou ter dois escritórios e alguns têm até cinco endereços.

 

"Esta tendência ainda é muito incipiente e precisa ser monitorizada", comentou Sara Ferrari, chefe global do departamento de "family offices" do UBS. "Os ‘family offices’ dos EUA com mais de uma filial tendem a ter a segunda representação no país, e basicamente o mesmo acontece na Europa. Mas os ‘family offices’ dos mercados emergentes e da Ásia tendem a diversificar-se mais regionalmente".

 

Provavelmente existem mais de 5.000 "family offices" em todo o mundo, referiu a directora de estudos da Campden, Rebecca Gooch. Três quartos das empresas que participaram no último inquérito da empresa gerem a riqueza de apenas uma família.

 

O UBS, maior gestor de riquezas do mundo, descreve as famílias com mais de 150 milhões de dólares como "candidatas ideais" para criarem um "family office". Em finais de 2017, o banco suíço administrava 125 mil milhões de dólares através do programa de "family offices".


(Texto original: Ultra-Rich Families Ride Stocks Surge to Double Annual Gains)

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