Notícia
Faber: Bancos centrais vão criar um socialismo global
O conhecido investidor Marc Faber acredita que os bancos centrais mundiais vão continuar a aumentar os seus programas de estímulos e vão continuar a comprar dívida pública, privada e, eventualmente, acções.
Os bancos centrais mundiais continuam determinados em combater o baixo ambiente de crescimento com políticas monetárias sofisticadas. Medidas, que na opinião de Marc Faber, vão acabar por colocar todos os activos financeiros nas mãos dos governos.
O conhecido investidor considera que as políticas monetárias são essencialmente a monetização de dívida, particularmente no Japão, onde, segundo Faber, as autoridades estão a comprar todas as obrigações que o Tesouro do país está a emitir.
Citado pela CNBC, Faber espera que os bancos centrais continuem activos, através da implementação de novos estímulos, ainda que estas medidas não estejam a ser eficazes a estimular a economia.
Estas declarações surgem depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter anunciado um programa de novas medidas na região, que incluem a descida da taxa de referência para 0%, da taxa dos depósitos para -0,4%, compras de dívida de empresas e até poderá pagar aos bancos que concederem mais crédito.
"Os bancos centrais não estão interessados no que funciona, estão interessados no seu próprio prestígio", defende o autor do Relatório The Gloom, Boom & Doom, acrescentando que "eventualmente vão comprar todas as obrigações governamentais, todas as obrigações de empresas, todas as acções".
Segundo Faber, esta intervenção poderá levar a uma situação "onde no final o governo controla todas as empresas e todas as obrigações governamentais e depois estamos de volta ao socialismo, numa economia planeada".
E, ainda que Mario Draghi, tenha dado a indicação que estas medidas possam ser as últimas, Faber acredita que estes programas apenas vão aumentar, mostrando-se convencido que os bancos centrais vão fazer tudo para impedir uma queda dos preços dos activos.