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Exigências de Bruxelas ameaçam fusão entre bolsas de Londres e Frankfurt
Os reguladores europeus exigem que a LSE venda a posição de 60% na MTS, uma operação que a Bolsa de Londres não quer concretizar.
A fusão entre a Deutsche Borse e a London Stock Exchange (LSE) está em risco de não se concretizar, devido ao facto de a bolsa londrina não conseguir cumprir os requisitos que estão a ser impostos pelo regulador europeu.
Foi a própria LSE que ao anunciou ao mercado, através de um comunicado: "tendo em conta a actual posição da Comissão Europeia, a LSE acredita que Comissão não deverá dar luz verde à fusão".
Para aprovar a fusão entre a Deutsche Borse e a LSE, os reguladores europeus pedem que a LSE venda a posição de 60% na plataforma de negociação de dívida soberana MTS, uma exigência que a bolsa de Londres classifica de "desproporcionada".
A companhia britânica admite mesmo que é "altamente improvável" que concretize a venda da MTS, o que coloca em causa a projectada fusão com a bolsa de Frankfurt. Ainda assim, diz que vai continuar a trabalhar para o sucesso da operação, mas acredita que esta só irá em frente, se Bruxelas alterar a sua posição.
As duas bolsas tinham oferecido o compromisso de vender a "clearinghouse" francesa, mas tal não foi suficiente para convencer os reguladores a dar luz verde à fusão de 29 mil milhões de euros que a concretizar-se criará o líder europeu na negociação bolsista.
Os reguladores europeus já tinham chumbado a fusão entre a Deutsche Borse e a NYSE Euronext em 2012, tendo na altura alegado que a união das duas empresas iria criar um quase monopólio no mercado de derivados que poderia levar ao fecho dos concorrentes.
A decisão final dos reguladores europeus sobre a fusão entre a LSE e a Deutsche Borse está marcada para 3 de Abril.