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Europa vive "boom" de estreias em bolsa, mas novas ações afundam até 60% no ano

As novas estreias em bolsa destacam-se na lista dos piores desempenhos do Stoxx 600 em 2021, num ano em que mais de 500 empresas fizeram o seu caminho para a bolsa na Europa, máximos de 2007.

DR
29 de Dezembro de 2021 às 15:30
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É preciso recuar a 2007, antes da grande crise financeira, para ter um período tão ativo em novas estreias nas bolsas europeias. Apesar do frenesim nas entradas nos mercados acionistas do Velho Continente, os investidores que compraram ações nas ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla anglo-saxónica) acumulam perdas: as empresas registam os piores desempenhos na região, em 2021.

 

O índice de referência europeu Stoxx 600 valoriza 22,5%, em 2021, preparando-se para fechar o ano com ganhos elevados, depois de em 2020 ter sido incapaz de encerrar o ano com desempenho positivo – caiu cerca de 4%. Num ano positivo para as ações europeias, marcado pela forte recuperação da economia após a pandemia da covid-19, várias empresas fizeram o seu caminho para o mercado, com as estreias em bolsa na região a baterem máximos desde 2007.

Apesar do otimismo dos empresários em procurar financiamento no mercado, o percurso das novas cotadas em bolsa não tem sido o mais favorável. Metade das 10 empresas com pior desempenho do Stoxx 600 em 2021 foram para o mercado nos últimos 15 meses. Auto1 Group, Allegro.eu, Deliveroo e InPost todas tombam mais de 35%.

 

"O que temos visto é que quanto maior o volume, menor a qualidade e este ano tem precisamente refletido essa tendência", refere Luc Mouzon, responsável pelo "research" de ações europeias da Amundi, à Bloomberg. O especialista avisa que os investidores podem acumulam "retornos extremamente negativos" se não forem seletivos.

 

Plataformas de comércio online, negócios que foram beneficiados durante os períodos de confinamento da pandemia, mas que perderam o interesse com a reabertura da economia, são as principais perdedoras.

 

"Muitas avaliações de IPO foram lideradas por expectativas de crescimento futuro e algumas empresas viram as suas ações caírem devido a preocupações com o aumento da inflação e expectativas de aumento de taxas", explica Susannah Streeter, analista sénior da Hargreaves Lansdown, também à Bloomberg.

 

À execeção da Deliveroo, cuja estreia em bolsa já foi negativa, a maioria das empresas até valorizou após o IPO. No caso da empresa de entregas britânica, temas relacionados com a sustentabilidade pesaram desde o início.

 

No caso da InPost, a companhia foi penalizada pela divulgação de menores volumes de comércio eletrónico, enquanto a gigante polaca de e-commerce Allegro foi travada pela maior concorrência.

 

Mas nem tudo são más notícias. Das mais de 550 empresas que dispersaram capital na Europa, quase metade seguem a negociar acima do valor a que se estrearam em bolsa, este ano.

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