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Em Wall Street já se estranha se não houver novos recordes. E hoje não foi dia de estranhezas
As bolsas norte-americanas encerraram em alta e uma vez mais marcaram novos máximos históricos. A expectativa de um acordo comercial parcial entre os EUA e a China continua a entusiasmar os investidores.
O Dow Jones encerrou a somar 0,19% para 28.120,66 pontos, tendo chegado a estabelecer durante o dia um novo máximo histórico, nos 28.146,02 pontos.
Já o S&P 500 avançou 0,22% para 3.140,40 pontos, tendo na negociação intradiária atingido um valor nunca antes visto, nos 3.142,69 pontos.
Também o tecnológico Nasdaq Composite ganhou terreno, a valorizar 0,18% para 8.647,93 pontos. Durante a sessão chegou a fixar o valor mais alto de sempre, nos 8.659,73 pontos.
A atualidade sobre a guerra comercial continuou hoje a centrar as atenções dos investidores e a ditar, em grande medida, a evolução das bolsas. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que continua a falar com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e que continuam ambos a trabalhar num acordo comercial, o que empolgou os intervenientes nos mercados acionistas.
Em comunicado após uma chamada telefónica esta terça-feira de manhã, o Ministério chinês do Comércio revelou que a China e os EUA "alcançaram consenso" sobre como resolver "assuntos importantes" e vão manter o contacto para ultrapassar os restantes obstáculos do acordo comercial parcial que está a ser delineado (o chamado acordo de "fase um").
Do lado dos EUA, Kellyanne Conway, conselheira da Casa Branca, disse que os dois países estão perto de um acordo, mas que há três assuntos ainda por resolver: transferências de tecnologia, o roubo da propriedade intelectual e o défice comercial.
Apesar dos pendentes, os avanços rumo a um acordo comercial parcial trouxeram mais otimismo, para mais depois de a China aceder a reformular as regras de propriedade intelectual, uma das questões que tem dividido as duas maiores economias do mundo.
Por outro lado, hoje ao final do dia houve novos desenvolvimentos na frente tecnológica: o secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, pode bloquear importações de qualquer tecnologia que apresente um potencial de ameaça à segurança nacional. Esta hipótese foi aberta por novas regras propostas pela Administração liderada por Donald Trump.
O Departamento do Comércio dos Estados Unidos decidiu não banir completamente a Huawei e outras empresas chinesas mas propôs, esta terça-feira, que as transações que envolvam tecnologia estrangeira tenham de ser aprovadas pessoalmente pelo secretário do Comércio, caso a caso.
Mas houve mais aspetos tidos hoje em conta pelos mercados. Um deles foi o facto de o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, ter dito ontem à noite – já depois do fecho das bolsas – que vê o "copo mais do que meio cheio" quando olha para a economia norte-americana, reforçando a ideia de que os juros diretores vão ficar inalterados por algum tempo.
"Nesta fase da expansão longa, eu vejo o copo mais do que meio cheio", afirmou Powell, dando novamente razões aos mercados para não esperarem mais cortes de juros nos próximos meses.
Já mais perto do fecho da sessão de hoje houve também desenvolvimentos no inquérito no âmbito do processo de "impeachment" (destituição) de Trump, que vai passar a uma nova fase: a audição pública de 4 de dezembro, na Comissão Judiciária da Câmara dos Representantes.
Segundo o presidente desta comissão, Jerrold Nadler, citado pela Bloomberg, Trump é convidado a apresentar a sua defesa nesse dia. Esta audição visa explicar os alegados "crimes e delitos graves" de que Trump é acusado, que constituem terreno legal para se abrir um processo de destituição.
A sessão está marcada para 4 de dezembro às 10:00 locais (15:00 em Lisboa) e Trump já foi notificado por carta enviada por Nadler, tendo agora até às 18:00 (23:00 em Lisboa) do próximo domingo, 1 de dezembro, para dizer se pretende – ou os seus advogados – participar.
Recorde-se que esta semana é mais curta nos EUA em termos de negociação bolsista, já que na quinta-feira os mercados estarão encerrados para celebração do Dia de Ação de Graças – seguido da Black Friday e da Ciber Monday.