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Direitos do BES disparam quase 30%. Acções lideram ganhos em Lisboa

As vendas dos grandes accionistas levaram os analistas a antecipar uma queda expressiva dos direitos do aumento de capital. Na sessão de estreia em bolsa, os títulos surpreenderam com uma forte subida, catapultando as acções do BES.

27 de Maio de 2014 às 16:55
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Os direitos do aumento de capital do BES registaram uma forte valorização na estreia na bolsa de Lisboa. Ao contrário do esperado pelos analistas, estes títulos ganharam quase 30%, um desempenho que contribuiu para um ganho expressivo das acções do banco liderado por Ricardo Salgado. Os títulos do banco apresentaram o melhor desempenho entre as cotadas do PSI-20.

 

Depois de terem sido destacados da cotação das acções do BES no final da semana passada, a um preço teórico de 9,4 cêntimos, os direitos arrancaram a sessão com uma cotação teórica de 9,1 cêntimos (uma queda de cerca de 3% face ao preço de destaque). Chegaram a descer até aos 8,6 cêntimos mas rapidamente corrigiram em alta para terminarem o primeiro dia em bolsa nos 11,7 cêntimos. Somaram 28,29%.

 

Estes títulos, que permitem aos investidores comprar as novas acções do banco liderado por Ricardo Salgado, atingiram um máximo de 12,8 cêntimos, valorizando mais de 40%. Um desempenho que contrariou a expectativa dos analistas. "A redução da participação de dois accionistas estratégicos poderá desmotivar os pequenos investidores e condicionar a subscrição de novos títulos", disse ontem Steven Santos, gestor da XTB.

 

Albino Oliveira, analista da Fincor, em Lisboa, referiu à Reuters que "a redução da posição ESFG não é tão forte quanto era esperado, o que ajuda à negociação de direitos". "Ou seja, a redução poderia ter sido mais forte, o que parece não irá acontecer. O que é um facto é que se esperava uma pressão de venda de direitos, o que não está a suceder", acrescentou, lembrando que é apenas o primeiro dia de negociação de direitos. 

 

Direitos fazem brilhar acções do BES

 

Esta subida expressiva, e inesperada dos direitos do aumento de capital do BES, deu um forte impulso à cotação do banco. Depois de afundar com o anúncio da operação de recapitalização no valor de 1.045 milhões de euros, os títulos do banco corrigiram em alta, somando mais de 11%. O BES conseguiu mesmo o melhor registo entre os títulos presentes no PSI-20.

 

O BES chegou a valorizar um máximo de 11,16% durante a sessão, encerrando com um ganho de 7,40% para 94,3 cêntimos. Isto num dia em que o número de acções transaccionadas ficou bem acima da média registada nos últimos seis meses: 43 milhões de títulos contra a média de 19 milhões. Também nos direitos o volume foi elevado: 111,9 milhões, ainda assim equivalente a apenas 4,64% dos direitos disponíveis.

 

Ganhos de arbitragem limitados

 

Nos aumentos de capital, o período em que os direitos da operação são negociados em bolsa tendem a ser utilizados pelos investidores para tentarem realizar ganhos de arbitragem. Ou seja, procuram beneficiar de pequenas discrepâncias de preços entre os direitos e as acções. No caso do BES, a margem para realizar este tipo de operações foi reduzida.

 

As acções foram impulsionadas pelos direitos, sendo que apenas por breves instantes durante a sessão foi possível encontrar ligeiras discrepâncias de preços. No fecho, os direitos estavam numa situação de equilíbrio com as acções. Os títulos do BES valiam 94,3 cêntimos. Os direitos valiam 11,7 cêntimos. Sendo que são precisos 2,5 direitos para comprar cada nova acção a 65 cêntimos, essa nova acção custa, através dos direitos, 94,3 cêntimos.

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