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Desde o Brexit que as bolsas dos EUA não caíam tanto

As principais praças do outro lado do Atlântico encerraram no vermelho, a intensificarem as perdas da abertura da sessão. Telecomunicações, "utilities" e matérias-primas são os sectores que mais pressionam.

Reuters
09 de Setembro de 2016 às 21:10
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As bolsas de Wall Street negociaram em baixa esta sexta-feira, numa sessão que registou o mais forte movimento de vendas desde que o Reino Unido decidiu sair da União Europeia (no referendo de 23 de Junho, que determinou o Brexit).

 

O Standard & Poor’s 500 fechou a cair 2,40% para 2.127,28 pontos, a descida mais acentuada desde 24 de Junho. Foi a primeira vez que fechou a variar mais de 1% (para baixo ou para cima) depois de 43 jornadas consecutivas sem isso acontecer (desde 8 de Julho).

 

O índice industrial Dow Jones, por seu lado, recuou 2,13% para se fixar nos 18.085,51 pontos.

 

Já o tecnológico Nasdaq Composite, que anteontem chegou a atingir um máximo histórico, cedeu 2,54% para 5.125,90 pontos.

 

As razões para a queda de hoje foram muitas, depois de nas últimas sessões os principais índices norte-americanos terem estabelecido novos máximos históricos (Nasdaq e S&P 500 na negociação intradiária) ou flirtado de muito perto com eles (Dow Jones).

 

Antes de mais, os juros. O presidente da Fed de Boston, Eric Rosengren, advertiu hoje que o banco central norte-americano está a esperar demasiado tempo para voltar a subir as taxas directoras, o que pode levar a um sobreaquecimento da economia dos EUA.

 

O mercado assumiu, então, que os juros de referência poderão ser aumentados ainda este ano – depois de em Dezembro de 2015 a Fed subir as taxas de juro pela primeira vez em quase uma década.

 

A probabilidade – que a Bloomberg calcula, através da compilação das expectativas dos operadores de mercado - de haver uma subida dos juros já na reunião deste mês da Reserva Federal tinha caído para 22% na quarta-feira, após dados macroeconómicos mais débeis do que o esperado, mas hoje, depois das declarações de Rosengren, subiram de imediato para 38%.

 

Na segunda-feira, 12 de Setembro, será a vez de outro responsável da Fed falar. E o mercado vai estar bastante atento. Lael Bainard, do conselho de governadores da Reserva Federal, proferirá um discurso em Chicago, onde apresentará as suas perspectivas sobre a política económica e monetária no país. Brainard, recorde-se, tem sido ao longo de todo este ano uma dos principais adversárias de uma nova subida das taxas de juro.

 

Ainda em matéria de política monetária, as declarações feitas ontem pelo presidente do Banco Central Europeu também deixaram os mercados decepcionados, já que Mario Draghi relativizou a necessidade de medidas adicionais de estímulo à economia, o que decepcionou os investidores.

 

O facto de a Coreia do Norte ter levado a cabo um teste nuclear de "alto nível" também provocou alguns receios no mercado, o que contribuiu para a instabilidade.

 

E que sectores pesaram mais na sessão desta sexta-feira? As telecomunicações, as "utilities" (gás, luz e água) e as matérias-primas – com destaque para a energia.

 

As companhias de telecomunicações, que têm tido um bom desempenho este ano, a par com as "utilities", já que os investidores têm procurado dividendos mais elevados, registaram hoje a queda mais acentuada desde Fevereiro de 2014. Já a desvalorização do grupo das "utilities" foi a mais pronunciada dos últimos seis meses.

 

Também os títulos ligados às matérias-primas estiveram a negociar no vermelho, com especial relevo para o petróleo – cujas cotações caem mais de 3% nos mercados de Nova Iorque e de Londres.

 

As empresas que mais castigaram as bolsas norte-americanas foram a AT&T, Apple, Amazon e ExxonMobil.

 

Os bancos e as seguradoras foram os menos penalizados, sustentados pela convicção de que uma subida dos juros irá aumentar os seus lucros.

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