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CTT afunda nos lucros e cai na bolsa. BPI recomenda "comprar"

A operadora de correios nacional registou uma redução de cerca de 65% nos lucros do primeiro semestre. A cotada já cai mais de 3% em bolsa, mas o BPI faz uma análise que contrasta com este comportamento dos investidores.

Miguel Baltazar/Negócios
01 de Agosto de 2018 às 09:57
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Os CTT apresentaram, esta terça-feira, lucros de 6,3 milhões para o primeiro semestre, uma queda de 64,8% face ao mesmo período do ano passado. As perdas estenderam-se à bolsa na primeira sessão após a apresentação de resultados. Contudo, a recomendação dos analistas do BPI é de "comprar" dadas as boas perspectivas que vêem para os negócios da operadora.

"A nossa posição de compra baseia-se num sentido ascendente fundamental em conjunto com uma âncora forte no crescimento do negócio de encomendas em Portugal, tradicionalmente uma cash-cow", escrevem os analistas do BPI, que mantém o preço-alvo das acções em 4,20 euros (potencial de valorização de 45%).

A casa de investimento nota que apesar da redução no negócio de correios, maior do que o esperado, esta foi compensada por um aumento dos preços e melhorias no mix - ao nível, por exemplo, do correio internacional e correio registado. A grande alavanca esteve contudo no segmento de Expresso & Encomendas, que aumentou as receitas em 17,7% para 74 milhões de euros no primeiro semestre. Esta rubrica colocou-se mesmo 3 milhões acima das estimativas do BPI para o segundo trimestre.

Ainda a justificar estão os benefícios decorrentes "daquilo que esperamos que se vá tornar uma racionalização/redução de custos permanente", que vem compensar os volumes de correio decrescentes.

Apesar dos argumentos a favor, o BPI deixa ainda a nota de que a regulação é ainda "um risco sob análise" assim como o "momentum negativo" dos volumes de correio e dos serviços financeiros. A queda de 27% nesta rubrica não surpreende a casa de investimento, que já contava ver o efeito negativo de uma menor subscrição da dívida a retalho. Esta caiu 50% durante o primeiro semestre.

Os CTT justificaram a quebra nos lucros com custos não recorrentes, entre os quais das indemizações pagas aos trabalhadores no valor de 13,2 milhões de euros no âmbito do programa de rescisões. Sem os efeitos não recorrentes o resultado líquido teria decrescido 19,9%, afirmou a empresa no comunicado enviado à CMVM.

Apesar destes argumentos, os investidores reagiram negativamente em bolsa, ditando quebras no valor das acções que chegaram aos 3,86% e colocaram os títulos a cotar nos 2,89 euros. De momento, a cotada segue a cair 2,93% para os 2,91 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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