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Com riscos na bolsa a atenuar, CMVM recomenda "prudência" sobre desafios da geopolítica

O supervisor da bolsa português vê um ligeiro alívio no panorama geral de riscos, mas alerta que ainda o risco de mercado se mantém elevado.

Supervisor liderado por Luís Laginha de Sousa investiu em tecnologia.
Miguel Baltazar
18 de Dezembro de 2024 às 11:02
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Os riscos no mercado financeiro português aliviaram, mas é preciso prudência. O aviso é feito pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no relatório anual Risk Outlook CMVM 2025, publicado esta quarta-feira. A geopolítica é um dos fatores que pode causar uma revisão em baixa das expectativas.

Comparativamente com o relatório do ano passado, o Risk Outlook CMVM 2025 tem subjacente uma "ligeira atenuação" dos riscos financeiros associados ao mercado de capitais nacional, indica o supervisor liderado por Luís Laginha de Sousa. Alerta, contudo, para a "necessidade de prudência na interpretação da redução global dos riscos, em particular na presença de um contexto geopolítico que continua a colocar desafios significativos".

Segundo a CMVM, este aviso tem importância acrescida na medida em que "parece existir uma desassociação entre as medidas de riscos geopolíticos e de riscos macrofinanceiros". Uma eventual materialização de choques geopolíticos adicionais ou de desenvolvimentos negativos nas tensões latentes poderá gerar uma revisão em baixa das expectativas dos agentes de mercado.

A CMVM analisa no documento os riscos mais significativos que se perspetivam para os mercados financeiros no próximo ano, num contexto de incerteza marcado por elevadas tensões geopolíticas, crescimento económico moderado e avanços no processo de desinflação, apesar de existirem ainda alguns riscos a este nível.

Há dois domínios em que a CMVM vê níveis elevados: no risco de mercado e operacional. No caso do primeiro, a perspetiva passou para "semi-ascendente", comparativamente à perspetiva "ascendente" verificada em  2024.

"Apesar do contexto adverso que se antecipa para 2025, em particular nas dimensões geopolítica e económica, esta alteração é justificada pela interpretação dos fundamentais económicos e dos riscos implícitos nas valorizações no mercado nacional", justifica o supervisor.

Já o risco operacional, em grande parte ligado à cibersegurança, é mantido como elevado, com uma perspetiva estável, devido à "relativa estabilidade" no número de eventos disruptivos de cibersegurança nos últimos anos e à "boa classificação" recentemente obtida por Portugal no índice internacional de referência nesta matéria.

Por seu turno, os riscos de liquidez, de crédito e de conduta são avaliados como estando num nível médio, com perspetiva estável. "O risco de crédito, em particular, registou uma reavaliação de 'elevado' (em 2024) para 'médio' (em 2025), em função da melhoria dos diversos indicadores analisados, incluindo o processo de desalavancagem da economia nacional, transversal aos setores privado e público", acrescenta a CMVM.

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