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Carrefour afunda mais de 13% depois de rever estimativas

A guerra de preços no retalho está a prejudicar as contas da gigante francesa e promete continuar a fazer mossa no semestre que vem. A redução das recomendações dos analistas levou o título para quedas fortes.

Bloomberg
31 de Agosto de 2017 às 09:24
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Os títulos da retalhista francesa Carrefour afundaram em bolsa no início da sessão desta quinta-feira, 31 de Agosto, depois de a empresa ter avisado os investidores que o segundo semestre deste ano será mais difícil que o anterior, esperando uma queda dos lucros antes de juros e impostos semelhante ao período entre Janeiro e Junho, que foi de 12%.

A estimativa, avançada pelo CFO da companhia - Pierre-Jean Sivignon -, surge no meio de uma guerra de preços no sector e levou, de acordo com a Bloomberg, pelo menos quatro analistas a reduzir as suas recomendações para a acção, o que desencadeou os tombos na praça de Paris.

Depois da revisão das estimativas, o título chegou a cair 13,28% para 16,91 euros, aprofundando os mínimos de quase cinco anos tocados nos últimos dias (neste caso, o valor mais baixo desde 17 de Outubro de 2012 e a maior queda desde, pelo menos, Julho de 2008).

Esta quarta-feira a companhia tinha apresentado uma queda no primeiro semestre de quase 40% nos lucros atribuíveis ao grupo (para 78 milhões de euros) e um recuo de 12% nos ganhos recorrentes antes de juros e impostos (EBIT), para 621 milhões de euros, abaixo dos 674 milhões esperados pelo mercado.

"A nossa indústria é altamente competitiva e promocional e isso está a ter um impacto claro na nossa rentabilidade," disse Sivignon numa chamada com analistas.

A empresa reviu entretanto em baixa as suas estimativas para investimento, de 2,4 mil milhões de euros para um intervalo entre 2,2 e 2,3 mil milhões de euros, bem como as do aumento de vendas, que deverão crescer entre 2% e 4%, em vez do intervalo anterior, de 3% a 5%.

"A Carrefour France perdeu o contacto com aquilo que os consumidores realmente querem," escreveu o analista Bruno Monteyne, numa nota da casa de investimento Bernstein. A empresa trocou de CEO em Julho, com a vinda de Alexandre Bompard da Fnac Darty.

A performance negativa da cadeia arrastou as acções de outras retalhistas, levando o sector para a maior queda entre as pares europeias: o índice deste sector recua 1,33%.

E a bolsa de Lisboa não escapa ao contágio. A Sonae recua 1,06% para 0,93 cêntimos e a Jerónimo Martins, que tinha arrancado a sessão com valorizações, cede 0,06% para 16,65 euros.
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