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Carlos Costa conduz BES a uma subida de 20%, a maior de sempre

É a maior subida de sempre do BES. 19,74%. As acções do banco, que ontem tinha encerrado no valor mais baixo de sempre, estiveram em forte alta nesta sessão. Mais uma vez, houve volatilidade e uma forte troca de títulos.

Bruno Simão/Negócios
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As acções do Banco Espírito Santo dispararam 20% na sessão desta quarta-feira, 16 de Julho, depois da garantia do Banco de Portugal de que haverá accionistas interessados em participar num eventual novo reforço de capital do banco.

 

A subida foi de 19,74% para fechar nos 0,455 euros, mais dez cêntimos do que o mínimo histórico ontem tocado durante a sessão. Nunca se verificou uma valorização tão expressiva do BES desde 1993, ano a partir do qual o terminal da Bloomberg tem dados.

 

Este desempenho positivo registou-se um dia depois de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, ter dito, em declarações à TVI, que o BES está capitalizado, mas que se for necessário há accionistas interessados em participar num aumento de capital.

 

"Se algum capital adicional fosse necessário, por força de riscos que neste momento não estamos a ver, seguramente que há accionistas interessados em participar num aumento de capital do BES", afirmou o governador do Banco de Portugal.

 

Esta garantia de que haverá dinheiro de accionistas a injectar no banco caso este avance para um reforço de capital (depois de ter realizado um outro em Junho) conduziu a uma subida do preço das acções, depois das fortes quedas das últimas semanas. Ainda assim, o saldo acumulado desde o início do ano é de uma quebra de 52%.

 

"Os comentários do governador ajudaram a assegurar ao mercado que um ‘bail-in’ [instrumento de resgate interno que consagra a imputação de perdas aos accionistas e credores e financia a resolução através de fundos alimentados pelos bancos em função do seu perfil de risco] das obrigações provavelmente não será necessário", explicou à Bloomberg Tom Jenkins. O analista da Jefferies International acrescentou que "é um rumor de momento mas é certamente útil".

 

Subida das acções com aposta na queda das acções proibida

 

Por outro lado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) estendeu a proibição de "short selling" (posições a descoberto) com acções do banco liderado por Vítor Bento durante a sessão desta quarta-feira, tal como aconteceu nos últimos dias. Contudo, até aqui, o desempenho tem sido negativo. Hoje, a subida marcou o dia, ainda que estejam ainda longe dos mais de 1 euros que já registou, durante vários momentos, este ano.  

 

Foram negociados 125 milhões de títulos, depois de ontem ter sido o dia com maior volume de sempre da história do BES, com mais de 160 milhões de acções a trocarem de mãos.

 

Subida apesar de não reembolso à PT

 

A marcar a sessão de hoje está também o comunicado publicado pela Portugal Telecom, antes da abertura da sessão. Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a operadora confirmou que a Rioforte, empresa do Grupo Espírito Santo (GES), não pagou os 847 milhões de euros, de um total de 897 milhões de euros, de papel comercial detido pela operadora e cuja maturidade foi atingida esta terça-feira, 15 de Julho.  

 

A PT explicou que vai receber da Oi a dívida que a Rioforte não pagou em contrapartida por acções da empresa brasileira. A operadora portuguesa ficará 25,6% da nova Oi, e com o direito de compra dos títulos que agora serão "trocados" por dívida da Rioforte. As duas empresas comprometem-se a "desenvolverá contra a Rioforte e partes relevantes relacionadas as vias legais e procedimentais ao seu dispor com vista a obter o reembolso da dívida da Rioforte."

 

As acções estão a negociar acima dos 0,34 euros a que foi vendido um bloco de 4,99% de títulos do BES da família Espírito Santo ao Nomura. Neste momento, o ESFG tem uma participação de 20,1% no BES. Mas 20% dessa posição pode estar em risco, caso algumas sociedades do grupo Espírito Santo peçam protecção de credores, já que essa participação poderá ser usada para reembolsar os investidores que têm obrigações do ESFG permutáveis em acções do BES, emitidas em 2013.

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