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Brexit continua a ditar evolução das bolsas. Wall Street em baixa
As bolsas norte-americanas abriram em ligeira baixa, sem revelar uma direcção muito definida, numa altura em que o referendo sobre a permanência ou saída do Reino Unido da União Europeia concentra todas as atenções.
As bolsas do outro lado do Atlântico, que ontem encerraram em alta pela primeira vez em cinco sessões, regressaram hoje ao vermelho, mas a perderem pouco terreno. Na sessão de quinta-feira a retoma deveu-se sobretudo à especulação de que o Reino Unido poderá manter-se na União Europeia, com a opinião pública britânica a mostrar-se mais solidária com a causa europeísta depois de a deputada pró-Europa Jo Cox ter sido assassinada.
O Standard & Poor’s 500 segue a recuar 0,10% para 2.075,10 pontos, depois de ontem ter posto fim a cinco sessões consecutivas em queda. A última vez que o S&P 500 tinha fechado em alta foi na sessão de 8 de Junho, tendo nessa altura ficado a apenas 0,6% do seu máximo histórico.
Desde então esteve sempre a cair, devido à prudência crescente dos investidores perante eventos como a reunião da Fed – que anunciou esta quarta-feira ter decidido manter os juros de referência entre 0,25% e 0,50% -, o referendo britânico sobre a permanência do Reino Unido na UE (23 de Junho), as eleições em Espanha (26 de Junho) e as convenções dos partidos políticos norte-americanos.
Entretanto, com o assassinato ontem da deputada trabalhista britânica Jo Cox, que não resistiu aos ferimentos e faleceu durante a tarde, poucas horas depois de ter sido baleada e esfaqueada em Birstall, no norte de Inglaterra, o sentimento dos investidores inverteu-se.
As bolsas recuperaram de quedas em torno de 1% após ambos os lados da campanha (pró-permanência na UE e Brexit) terem decidido suspender as suas iniciativas devido à morte de Cox.
Segundo operadores citados pela Bloomberg, a retoma nas praças do outro lado do Atlântico coincidiu com uma deterioração da probabilidade de os ingleses escolherem sair da UE (Brexit). Essa probabilidade, medida pela Oddschecker, quebrou a fasquia dos 38%, quando horas antes da morte de Cox estava nos 44%.
Jo Cox era a favor de o Reino Unido continuar a ser membro da União Europeia e o seu atacante terá gritado "Britain First" quando a atacou. Agora, segundo a Bloomberg, cresce a especulação de que a opinião pública britânica estará mais propensa a escolher ficar na UE quando se pronunciar no referendo da próxima semana.
Hoje, depois da ligeira subida de quinta-feira, as praças norte-americanas regressam a terreno negativo… mas pouco.
O índice industrial Dow Jones desce 0,20% para 17.697,90 pontos e o tecnológico Nasdaq Composite desvaloriza 0,36%, a valer 4.827,62 pontos.
A debilidade do crescimento mundial também continua a marcar a agenda, com os investidores receosos de que a eficácia dos estímulos concedidos pelos bancos centrais tenha já atingido o seu limite.