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BPI sobe mais de 7% e anula perdas no ano

O BPI propôs separar o negócio com exposição a África para entregar aos accionistas. Isabel dos Santos pretende comprar a posição do BPI no BFA. As notícias estão a impulsionar as acções do banco liderado por Fernando Ulrich.

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01 de Outubro de 2015 às 15:14
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O BPI pretende entregar o BFA aos seus accionistas e recebeu uma proposta de Isabel dos Santos, que quer comprar a posição do banco português na unidade angolana. As notícias estão a impulsionar as acções.

 

As acções do Banco BPI aceleraram a tendência de ganhos da abertura, reagindo em alta às notícias do final do dia de quarta-feira, com o banco a emitir um comunicado a dar conta da proposta da administração para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano. 

 

As acções seguem a valorizar 7,73% para 1,017 euros, tendo já atingido uma valorização máxima de 8,37% para 1,023 euros, o valor mais elevado num mês. A subida desta quinta-feira eleva a capitalização bolsista do banco liderado por Fernando Ulrich para 1,48 mil milhões de euros e reduz as perdas anuais para 0,88%. A cotação mais elevada da sessão de hoje já supera o preço de fecho de 2014 (1,026 euros). Em 2015 a cotação do BPI oscilou entre 0,76 euros (30 de Janeiro) e 1,57 euros (6 de Março). 


O banco liderado por Fernando Ulrich propõe entregar aos seus accionistas a maioria do capital do Banco de Fomento Angola, além de 30% do BCI e 100% do BPI Moçambique, com estes activos a serem agrupados numa nova empresa. Esta nova companhia, caso a proposta avance, será cotada em bolsa e detida pelos actuais accionistas do BPI. Cada accionista do BPI receberá uma acção desta "holding" que agrupará os actuais activos africanos do BPI.

 

Para a proposta do BPI se concretizar, será necessária a aprovação da Unitel, a operadora angolana controlada por Isabel dos Santos que detém os restantes 49,9% do BFA. Esta solução está assim nas mãos de Isabel dos Santos, sendo que a empresária angolana manifestou interesse em comprar a posição do BPI no BFA, uma opção que o banco português promete analisar.


A proposta que o mercado estava à espera

 

O CaixaBI, numa análise inicial a estas notícias, salienta que a solução agora apresentada pelo BPI "já havia sido admitida (entre outras) pelo CEO do banco como uma possibilidade para a resolução da questão associada à ultrapassagem do limite dos grandes riscos em Angola pelo banco (em entrevista à comunicação social no início de Setembro)".

 

Na sequência destas notícias, a unidade de research do banco estatal deixou de atribuir uma recomendação às acções do BPI.

 

Também os analistas da Haitong, instituição que comprou o BESI, não se mostram surpreendidos com esta solução apresentada pelo BPI para resolver o problema da elevada exposição ao mercado angolano, recordando que em Agosto o banco já tinha anunciado que tinha contratado dois bancos de investimento para o ajudar a encontrar uma solução.

 

"Acreditamos que o mercado já estava à espera desta solução, dado que o banco tinha opções limitadas: uma venda ou uma fusão com outra entidade financeira, para diluir a exposição ao mercado angolano", referem Nicolás Mira e Filipe Rosa, analistas da Haitong.

 

"O mercado está a reagir positivamente, esta pode ser uma solução para este problema, pois o banco estava 'pressionado' pelo BCE," disse à Reuters Gualter Pacheco, trader na Go Bulling, no Porto, adiantando que "resta saber se Isabel dos Santos irá aceitar esta proposta de cisão".

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