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Bolsas dos EUA caem mais de 1% pressionadas pelo receio de aumento de juros
Os principais índices bolsistas dos EUA fecharam a sessão em queda, pressionadas pelos receios de que a Reserva Federal (Fed) aumente a taxa de juro no país mais cedo do que estavam a antecipar.
O S&P500 caiu 1% para 2.104,54 pontos, o Nasdaq recuou 1,11% para 5.032,75 pontos e o Dow Jones cedeu 1,04% para 18.041,54 pontos.
A determinar este comportamento das bolsas dos EUA estão os receios em torno de um aumento de juros no país nos próximos meses. Isto porque as últimas declarações de responsáveis da Reserva Federal (Fed) dos EUA têm apontado para isso.
O vice-presidente da Reserva Federal, Stanley Fischer, garante que a autoridade vai ter em consideração o crescimento mundial e que poderá travar o ritmo de aumento de juros caso a economia mundial abrandar.
"Se o crescimento no exterior for mais fraco do que o antecipado, as consequências para a economia dos EUA podem levar a que a Fed inverter a política monetária de expansionista de forma mais moderada", afirmou Stanley Fischer num discurso proferido esta terça-feira, 26 de Maio, na Universidade de Tel Aviv, citado pela Bloomberg.
Stanley Fischer junta-se assim a outros responsáveis da Fed que já deram indicações de que as taxas de juro nos EUA vão subir em breve.
A presidente da Fed, Janet Yellen, deixou indicações recentemente de que os juros poderão ser aumentados ainda este ano se a economia melhorar, tal como a responsável máxima da política monetária dos EUA está a prever. Uma posição que foi também defendida pela presidente da Fed de Cleveland, Loretta Mester, ao afirmar que a economia norte-americana está próxima de conseguir suportar uma subida do preço do dinheiro.
A contribuir para este aumento de expectativas está também a posição assumida pelo vice-presidente da Fed, Stanley Fischer, que revelou que os responsáveis da autoridade estão a pesar os riscos de aumentar a taxa de juro de forma prematura face ao perigo de terem de reagir, caso demorem muito a tomar uma decisão.
Os economistas consultados pela Bloomberg estimam que a Fed decida um aumento de juros em Setembro.
A contribuir para o aumento de especulação está a divulgação do índice de confiança dos consumidores norte-americanos. O índice aumentou, em Maio, inesperadamente para 95,4 pontos, com as famílias a revelarem maior confiança no crescimento da economia e no mercado de trabalho. Os economistas consultados pela Bloomberg previam uma queda para os 95 pontos.
A queda foi generalizada nas praças americanas. Entre as tecnológicas, a Apple desceu 2,20% para 129,62 dólares, a IBM caiu 1,16% para 170,23 dólares, a Intel depreciou 1,03% para 33,365 dólares e a HP depreciou 4,01% para 33,365 dólares.
As empresas mais expostas ao petróleo e às matérias-primas também seguem em queda, numa altura em que os preços do petróleo estão a descer devido à valorização do dólar, que está a beneficiar da expectativa em relação à subida de juros nos EUA. O West Texas Intermediate (WTI), transaccionado em Nova Iorque, está a depreciar 2,43% para 58,27 dólares.
A Alcoa caiu 1,35% para 12,765 dólares, a Freeport McMoran desceu 4,31% para 20,085 dólares e a Chevron cedeu 1,45% para 103,3653 dólares.