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Bolsas sobem, juros aliviam e euro acentua descida após decisão do BCE

A mensagem deixada pelo BCE tranquilizou os investidores. Já a perspectiva de juros inalterados até ao próximo ano está a pressionar o euro.

Reuters
14 de Junho de 2018 às 13:55
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Ao contrário do que é habitual, a mensagem do Banco Central Europeu (BCE) não deixou espaço para dúvidas: o programa de compra de activos termina no final do ano e as taxas de juro mantêm-se inalteradas até ao Verão de 2019. A clareza no discurso da entidade agradou aos investidores, com as bolsas a inverterem a tendência negativa da abertura, enquanto o euro segue a desvalorizar, a descontar um ambiente de taxas em níveis baixos por um longo período.


O índice europeu Stoxx 600 segue a valorizar 0,25%, depois de ter chegado a desvalorizar 0,7% durante a manhã, uma tendência generalizada entre as principais bolsas da região. Entre as praças europeias, apenas a bolsa lisboeta segue a desvalorizar. O PSI-20 cai 0,45%.


Esta reacção positiva das acções do Velho Continente surge depois da entidade liderada por Mario Draghi ter sinalizado que o seu programa de compra de activos deverá ser reduzido para metade a partir de Setembro, passando de 30 mil milhões de euros de compras mensais para um volume de 15 mil milhões, para terminar depois em Dezembro. Além do fim do programa de estímulos, o BCE indicou ainda que as taxas de juro deverão manter-se nos níveis actuais até ao Verão do próximo ano.


Garantias que tranquilizaram os investidores, uma vez que as taxas de juro vão permanecer baixas por um longo período e a instituição vai permanecer no mercado através de compras mensais até ao final do ano e através dos reinvestimentos do dinheiro já investido ao abrigo do programa.


Holger Schmieding, economista-chefe do Berenberg, realça ao Negócios, numa primeira reacção à decisão do BCE, que "o grau de clareza dado pelo BCE é provavelmente positivo para os mercados, incluindo os periféricos". Por outro lado, o especialista destaca que a mensagem do banco central dá um sinal de confiança em relação à evolução da economia, ao mesmo tempo que a entidade dá a garantia que vai manter-se no mercado.


As perspectivas de juros baixos estão, porém, a pesar na negociação do euro. A moeda europeia até teve uma primeira reacção positiva ao comunicado do BCE, mas logo inverteu para terreno negativo. O euro segue a desvalorizar 0,59% para 1,1723 dólares.


Na dívida, a maioria dos juros estão a aliviar, com a taxa a dez anos da Alemanha e de Espanha a recuarem perto de três pontos base. A excepção é Itália, cuja "yield" a dez anos sobe  0,8 pontos base para 2,814%. Já a taxa de Portugal está praticamente inalterada nos 1,95%.


"Os investidores sabem que o BCE não pode agir com a mesma rapidez da Fed no que diz respeito a subir taxas de juro. Além disso, o BCE não vai reduzir o seu balanço", remata ao Negócios Guillermo Hernández Sampere, da Manfred Piontke Portfolio Management.

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