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Bolsa nacional cai mais de 1% com mínimos do retalho e BCP

BCP, Jerónimo Martins, Sonae SGPS e Mota-Engil tocaram hoje em mínimos de mais de um ano. O PSI-20 também está em mínimos de Setembro de 2017. Num dia marcado por quedas acentuadas entre as bolsas europeias.

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08 de Outubro de 2018 às 16:42
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O PSI-20 recuou 1,55% para 5.122,99 pontos, com 15 cotadas em queda, duas em alta e uma inalterada. O principal índice da bolsa nacional recua assim para mínimos de Setembro de 2017, numa sessão marcada por quedas acentuadas, dentro e fora da bolsa nacional. 

A bolsa nacional está a acompanhar a tendência da generalidade das praças europeias, que estão a ser assoladas, mais uma vez, por receios em torno de Itália, mas também em torno da guerra comercial e do seu impacto na China, no dia em que o banco central chinês aliviou as exigências à banca, com o objectivo de fomentar o crescimento da economia. 

Entre as 18 cotadas do PSI-20 há quatro que se destacam pelos mínimos, superiores a um ano, atingidos esta sessão: BCP, Jerónimo Martins, Sonae SGPS e Mota-Engil.

BCP pressionado por Itália e pelo Danske Bank
A banca europeia tem estado sob pressão, essencialmente devido aos receios em torno de Itália. Nos últimos tempos, o escândalo que assolou o Danske Bank também acentuaram esta pressão. E o BCP não escapa a este contexto. Só esta segunda-feira, 8 de Outubro, o banco liderado por Miguel Maya recuou 4,11% para 0,224 euros, atingindo um mínimo de Setembro de 2017. 

Itália tem estado sob os holofotes devido às contas públicas. Depois de apresentar metas de défice orçamental superiores ao acordado com Bruxelas para os próximos anos, Roma recuou admitindo rever em baixa as metas de 2020 e 2021. Na próxima semana, os países europeus têm de entregar as suas propostas de Orçamento do Estado tendo o líder do 5 Estrelas, Luigi Di Maio dado uma entrevista ao Corriere della Sera, onde diz que o Governo vai manter-se firme nas metas para 2019, antecipando um verdadeiro "terramoto" em todos os países da Europa contra a austeridade.

Esta abordagem está a aumentar os receios dos investidores, o que se reflecte nos juros de Itália, mas também nos restantes países. Se a taxa de juro implícita na dívida a 10 anos de Itália superou pela primeira vez desde Fevereiro de 2014 os 3,5%, os juros portugueses estão a subir para máximos de Junho e a aproximar-se dos 2%. 

Este contexto, conjugado com a desconfiança em torno da banca, depois do escândalo que assolou o Danske Bank - que viu a sua unidade na Estónia sob escrutínio devido a suspeitas de lavagem de dinheiro - está a pressionar o sector financeiro na Europa, que é o sector que mais cai, elevando para mais de 17% a descida desde o início do ano.

Jerónimo Martins em mínimos. Analistas cortam avaliação
A Jerónimo Martins também se destacou, ao perder 1,39% para 11,335 euros, atingindo o valor mais baixo desde Janeiro de 2016. A contribuir para este desempenho estarão notas de análise publicadas nos últimos dias. Desde que Outubro começou foram várias as casas de investimento que emitiram notas e, muitas delas, reviram as suas avaliações da retalhista. Um dos motivos está relacionado com a Polónia, um mercado determinante para a dona do Pingo Doce, e que está a assistir a um abrandamento do seu crescimento.

A Sonae SGPS acompanhou a tendência e caiu 0,93% para 0,8525 euros, tendo chegado a negociar nos 0,84 euros, o que corresponde ao valor mais baixo desde Março de 2017. E isto no dia em que se iniciou a oferta pública de venda (OPV) da Sonae MC. A Sonae SGPS vai vender cerca de 25% da Sonae MC, com o intervalo de preços estipulado entre 1,4 e 1,65 euros. O prospecto da OPV foi publicado na quinta-feira à noite, dando assim o tiro de partida da operação. Contudo, quer o preço, quer o número de acções vendidas ainda poderão sofrer alterações. O Negócios elaborou um guia sobre a OPV da Sonae MC.

Em mínimos, de mais de um ano, tocou ainda a Mota-Engil, ao negociar nos 1,87 euros, perdendo 4,88%.

Em queda acentuada fechou ainda a Galp Energia, ao recuar 2,22% para 16,325 euros, no dia em que o Brent está a descer para 83,67 dólares por barril, no mercado londrino. O preço do petróleo tem subido para máximos de 2014, a reflectir os receios em torno da oferta, fomentados pelas sanções dos EUA ao Irão e pela ausência de compensação de produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP).  


(Notícia actualizada às 17:08 com mais informação)

(Correcção: Inicialmente foi referido que a Ibersol tocou em mínimos de mais de um ano, não se confirmando)
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