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Bolsa italiana em máximos de agosto entra em bull market
A bolsa italiana está a valorizar pela quarta sessão consecutiva, e já sobe 20,30% desde o mínimo de dois anos atingido em dezembro.
O principal índice da bolsa italiana, o FTSE MIB, entrou em bull market esta quarta-feira, 3 de abril, com uma subida de 20,30% desde o mínimo de dois anos alcançado a 27 de dezembro.
A bolsa transalpina está a subir 1,11% para 21.762,03 pontos, um máximo de agosto do ano passado, naquela que é já a quarta sessão consecutiva de subidas.
Esta série de ganhos levou as ações italianas a acumularem uma valorização de 18,57% desde o início do ano e de mais de 20% desde o mínimo de dezembro, com o forte contributo de empresas como o Unicredit e a Ferrari.
A bolsa italiana está a acompanhar a recuperação das congéneres europeias – que seguem em máximos de oito meses – e a refletir uma série de indicadores, como o PMI compósito de março, que registou uma subida maior do que era esperado pelos economistas, aliviando os receios de uma recessão prolongada.
Esperanças renovadas em relação ao comércio global também ajudaram os investidores a desviarem o foco das preocupações sobre o governo populista do país, e as consequências das suas políticas para o crescimento económico e sustentabilidade das contas públicas.
"As coisas ficaram relativamente tranquilas na frente política, e os números macro que tivemos hoje são melhores do que as pessoas receavam", afirmou Andrea Tueni, diretor de negociação do Saxo Banque France, citado pela Bloomberg. "Isso está a alimentar a recuperação das ações italianas que temos visto desde o começo do ano. No final de 2019, os traders estavam excessivamente pessimistas em relação ao país".
Segundo a IG Markets, há outros fatores a contribuir para a subida das ações, como o spread mais baixo entre os juros italianos e os alemães, a manutenção do rating pela Fitch, em fevereiro, e as expectativas crescentes de uma rutura na coligação entre a Liga e o Cinco Estrelas, que permita a constituição de um governo mais moderado.
Recorde-se que o FTSE MIB entrou em bear market em outubro, na sequência de um período prolongado de descidas, que começou em maio, quando os dois partidos deram início a conversações para formar governo, e que se acentuou no período de confronto entre o Executivo e Bruxelas em torno das metas orçamentais.