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Bolsa chinesa regressa à negociação em forte queda com fuga de investidores estrangeiros

Um dos principais índices da bolsa chinesa sofreu esta segunda-feira a queda mais forte desde Janeiro de 2016. Os estrangeiros estão a liderar as ordens de venda de acções.

Bloomberg
08 de Outubro de 2018 às 13:09
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Foi um regresso à negociação pintado de vermelho carregado. Depois da habitual pausa de uma semana no final de Setembro, as bolsas chinesas voltaram a transaccionar esta segunda-feira e as quedas foram violentas.

 

A tendência negativa reflectiu o momento de quedas sentido na semana passada nos restantes mercados accionistas mundiais, mas também factores negativos locais, como o aumento dos receios com o impacto económico da guerra comercial entre a China e os Estados Unidos.

 

O CSI300, índice que reúne as 300 maiores cotadas chinesas, afundou 4,3% para 3.290,90 pontos, o que traduz a queda diária mais forte desde Fevereiro de 2016. De acordo com a Bloomberg, a descida deste índice foi a mais violenta da última década para a primeira sessão de Outubro (após a habitual pausa do final de Setembro).

 

O Shanghai Composite Index desvalorizou 3,7% para 2.716,51 pontos, na pior sessão desde 19 de Junho, acumulando já uma queda de 18% em 2018.

 

Já o FTSE China A50, composto pelas maiores cotadas e que são as preferidas pelos investidores estrangeiros, fechou a sessão a deslizar quase 5%, sofrendo a queda mais forte desde Janeiro de 2016.

 

A Bloomberg dá conta que este "sell-off" na bolsa chinesa teve origem sobretudo nos investidores estrangeiros, que venderam 9,7 mil milhões de yuan (1,4 mil milhões de dólares) em acções chinesas de categoria A. Trata-se do segundo valor mais elevado de sempre e apenas ligeiramente abaixo do recorde de fuga de investidores que aconteceu há oito meses quando os mercados accionistas mundiais viveram sessões de quedas acentuadas.

 

O impacto da retirada de capital por parte dos estrangeiros acentuou-se uma vez que os fundos estatais, ao contrário do que é habitual em alturas de turbulência na bolsa chinesa, não estiveram activos do lado das compras.  

 

As medidas adoptadas pelo banco central da China também não atenuaram o pessimismo dos investidores. O PBOC anunciou no domingo um corte de 1 ponto percentual no rácio de requisito de reserva dos bancos chineses, com o objectivo de contribuir para suportar a economia e acalmar os investidores.

 

"Os investidores estrangeiros ficaram pessimistas. A venda massiva de títulos é um sinal de aumento das preocupações acerca das relações entre os Estados Unidos e a China", referiu à Bloomberg Steven Leung, director executivo da corretora Uob Kay Hian, em Hong Kong.

 

"Há uma escassez aguda de confiança no mercado. São poucos os investidores que estão a comprar", afirmou à Reuters Alvin Ngan, analista da corretora Zhongtai International. "A economia chinesa está sob uma forte pressão negativa … e é preciso tempo para perceber se as recentes medidas de estímulo são efectivas ou não".

 

Têm sido vários os bancos de investimento (JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Nomura) a abandonar uma recomendação positiva para as acções chinesas, sendo o HSBC dos poucos a recomendar a apostar na bolsa da segunda maior economia do mundo.

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