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"Big tech" pesam em Wall Street. Série de máximos históricos chega ao fim

Do lado de lá do Atlânticos os investidores optaram por outros ativos que podem beneficiar de juros mais baixos, levando a uma forte queda nas cotadas que mais valorizam este ano.

Apesar da desaceleração económica, a maioria das projeções antecipa ganhos em Wall Street em 2024.
Brendan McDermid/Reuters
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Após várias sessões a registarem novos máximos de históricos e de fecho consecutivos, nem uma leitura da inflação nos Estados Unidos abaixo do esperado foi suficiente para contrariar a tendência negativa que afetou o S&P e o Nasdaq Composite esta quinta-feira.

Os investidores optaram por largar grandes nomes do ano, como a Nvidia e a Meta - que valorizam, respetivamente, 164,48% e 48,06% no acumulado de 2024 -, que registaram hoje fortes quedas, de 5,57% e 4,11%. A Apple, apesar de ter alcançado máximos históricos na sessão de ontem, acompanhou os seus pares e perdeu 2,32%.

Também a Tesla caiu, a recuar 8,44%, depois de uma notícia da Bloomberg ter dado conta de que a empresa está a atrasar o lançamento do robotáxi em cerca de dois meses - para outubro.

O catalisador desta decisão parece ter sido uma leitura da inflação de junho nos EUA, cujos números ficaram abaixo das estimativas dos analistas, o que 
intensificou imediatamente as expectativas de que a Reserva Federal possa mesmo vir a cortar juros ainda este ano.

O S&P 500 acabou por desvalorizar 0,88% para 5.584,54 pontos, após oito sessões consecutivas em alta - a mais longa série de subidas deste ano, enquanto o índice Nasdaq Composite perdeu 1,95% para 18.283,41 pontos, penalizado pelas grandes tecnológicas. O industrial Dow Jones terminou praticamente inalterado ao avançar uns ligeiros 0,082% para 39.753,75 pontos.

Tanto o "benchmark" mundial, como o tecnológico Nasdaq registaram ontem a terceira sessão consecutiva de máximos históricos e recordes de fecho. Foi a 36.ª sessão este ano em que o S&P 500 tocou em território nunca antes alcançado.

Os investidores reagiram ao relatório do Departamento do Trabalho norte-americano, publicado esta quinta-feira, que mostrou que a subida dos preços abrandou 0,1% face a maio e 3% em termos de comparação homóloga. Estes números comparam com uma subida mensal de 0,1% e anual de 3,1%, esperada pelos analistas

Já a inflação subjacente, que exclui os produtos com mais variações de preço (alimentos e produtos energéticos), avançou 0,1% face a maio e 3,3% comparado com junho do ano passado. Os analistas estimavam uma subida mensal de 0,2% e anual de 3,4%.

Na reação a estes números, os "traders" concedem agora uma probabilidade em 85% de um corte de juros em setembro, o que compara com os anteriores 70%. Os dados da inflação estão também a aumentar as probabilidades de um segundo corte em dezembro.

Os investidores reagiram também aos números dos pedidos de subsídio de desemprego nos Estados Unidos referentes à semana passada, que caíram mais do que o esperado para 222 mil, o valor mais baixo desde maio. No entanto, a volatilidade nesta altura do ano, em que as fabricantes automóveis paralisam as fábricas para as reequiparem torna mais difícil realizar uma leitura clara do mercado de trabalho.

"Tem sido menos um mercado dividido e mais um mercado unilateral durante demasiado tempo. Os investidores têm sido muito complacentes", afirmou à CNBC Joseph Cusick, analista da Calamos Investments. "A leitura da inflação abaixo do esperado desviou o mercado; agora, vamos ver o que a 'earnings season' fará".
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