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BCP volta a recuar e estreia novo mínimo de dois anos

O Novo Banco e a Polónia são os dois grandes factores de incerteza que pesam sobre o BCP. As acções do banco continuam a cair, sendo que a instituição financeira acumula perdas em torno de 29% desde o início do ano.

Pedro Elias/Negócios
28 de Setembro de 2015 às 10:25
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As acções do Banco Comercial Português mantêm a tendência negativa que registam há vários meses. Os títulos já recuam perto de 29% desde o início do ano.

 

A queda de 2,52% registada nesta segunda-feira leva as acções do banco presidido por Nuno Amado (na foto) a negociar nos 4,65 cêntimos. Já desceram aos 4,63 cêntimos, aquela que é a cotação mais baixa desde Julho de 2013.

 

Nos últimos meses, o BCP vem apresentando um comportamento negativo, liderando a tendência no sector com as quedas mais expressivas – o que é ajudado pelo facto de estar a transaccionar na casa dos cêntimos.

 

Esta segunda-feira, 28 de Setembro, a troca de 26 milhões de acções, ao fim de uma hora e meia de negociações, levou a capitalização bolsista do banco a fixar-se em 2,76 mil milhões de euros.

 

O BCP perde 28,9% do seu valor desde o início do ano, enquanto o Banif, que continua a ser prejudicado pela investigação aprofundada da Comissão Europeia à ajuda estatal recebida em 2013, cede 31%. O BPI cai 10%, num período em que o PSI-20 valoriza 5%.

 

Têm sido vários os factores de pressão sobre o BCP, sendo que a incerteza na venda do Novo Banco é a mais intensa. Qualquer diferença entre os 4,9 mil milhões de euros e o valor de alienação da instituição terá de ser suportada pela banca. O BCP é o banco que tem uma maior quota do Fundo de Resolução, pelo que é o que mais tem sofrido com a perspectiva de prejuízos na venda porque será o que mais tem de pagar. Além disso, também há indicações de que o Novo Banco terá de ser alvo de um aumento de capital na sequência dos exercícios que estão a ser realizados pelo Banco Central Europeu – as dúvidas sobre como tal será feito penalizam o BCP. Aliás, os bancos estão todos a ser alvos de uma análise de Frankfurt que vai ditar o excesso de capital que cada banco vai ter de dispor (designado de SREP), o que adiciona também indefinições. 

 

O Novo Banco não é motivo único para a queda do BCP em bolsa. A situação na Polónia, onde detém a maioria do capital do Millennium Bank, continua a trazer incertezas, dado que ainda não se conhecem os encargos que caberão aos bancos na conversão para a moeda polaca (zlotys) dos créditos à habitação concedidos em francos suíços. Há dúvidas sobre a versão final do diploma que vai ditar os custos finais para a banca até porque há eleições no final de Outubro. 

Entretanto, o BCP já negou que tenha de realizar um aumento de capital, como adiantou o Société Générale no início de Setembro. Uma garantia que não tem impedido o desempenho maioritariamente negativo do banco, dado que o banco ainda tem 750 milhões de euros em instrumentos contingentes (CoCo's) para reembolsar ao Estado.  

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