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BCP desliza 6% pressionado pela subida de juros e Polónia

As acções do BCP desvalorizaram 6%, numa sessão em que os juros da dívida portuguesa subiram no mercado secundário. A incerteza relacionada com as eleições na Polónia também pesa neste desempenho, dizem os analistas.

21 de Outubro de 2015 às 17:13
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O BCP regressou às quedas, num dia em que os investidores estão a exigir juros mais altos para apostar na dívida portuguesa. Além disso, a expectativa em torno das eleições na Polónia, que se realizam no domingo, 25 de Outubro, também pesou na negociação do banco liderado por Nuno Amado.

 

O banco recuou 5,99%, esta quarta-feira, para 5,47 cêntimos, depois de ter chegado a depreciar um máximo de 6,68%, tendo sido trocadas 281,07 milhões de acções do BCP, o que comprar com as 258,6 milhões transaccionadas em média por dia nos últimos seis meses.

 

"A queda na cotação do BCP poderá estar relacionada com a continuação do enquadramento de incerteza em termos políticos, em torno da nomeação do XIX Governo Constitucional", considera Albino Oliveira. "Aliás, a taxa de juro a 10 anos das obrigações do Tesouro Português está hoje algo pressionada (principalmente em termos relativos)", sublinha o analista da Fincor.


Os investidores estão a exigir juros mais altos para apostar em títulos da dívida portuguesa no mercado secundário. No prazo de referência a dez anos, a "yield" sobe 2,7 pontos-base para 2,447%. E a tendência de subida verifica-se em todos os prazos. Ainda que na emissão de dívida realizada esta quarta-feira pelo IGCP o país tenha conseguido uma taxa de juro mais baixa.


Além disso, este domingo, realizam-se as eleições na Polónia. "Tudo indica que as eleições na Polónia irão conduzir a um novo governo, que inclui na sua agenda a intenção de responsabilizar os bancos polacos pelos custos de conversão de créditos hipotecários de francos Suíços para Zlotys", acrescenta João Pereira Leite. "Como é sabido, mais de 15% do total dos empréstimos imobiliários foram feitos neste regime o que implica prejuízos para a banca", frisa o director de investimentos do Banco Carregosa.


Ainda na Polónia, esta sexta-feira, o Bank Millennium apresenta os resultados do terceiro trimestre. Os analistas ouvidos pela Blloomberg antecipam que a unidade do BCP na Polónia tenha obtido lucros de 166 milhões de zlotys (38,8 milhões de euros), o que compara com os 169,83 milhões de zlotys do período homólogo.


Por outro lado, "os testes de ‘stress’ à banca europeia em Novembro próximo, que serão um exercício exigente" e que "poderá penalizar o BCP numa forma directa (se for identificada uma necessidade de aumentar capital) ou indirecta, se o Novo Banco precisar de aumentar capital e a banca portuguesa for envolvida numa solução futura", conclui João Pereira Leite.


"É também preciso ter em conta que o índice representativo do sector bancário europeu apresenta também esta manhã uma variação negativa, após o aumento de capital anunciado pelo Crédit Suisse", relembra Albino Oliveira. O índice da banca é, aliás, o único que está a desvalorizar numa altura em que a maior parte das praças europeias segue a valorizar. A bolsa de Lisboa recua 0,61% e contraria este desempenho, com a queda do BCP a contribuir para o "saldo" negativo.

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