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BCP afunda mais de 7% para mínimos pós-Brexit
Os títulos do banco liderado por Nuno Amado são dos que mais perdem no índice nacional, a cotar nos 0,0167 euros, um mínimo intradiário que coincide com a queda do sector financeiro na Europa e com a saída do título do Stoxx 600.
As quedas do banco coincidem com a saída do banco português do Stoxx 600, no âmbito da revisão da composição do índice. Esta sexta-feira é o último dia em que as acções cotam neste índice. Essa exclusão ocorre depois de, no inicio de Junho, o banco ter sido excluído do índice MSCI Global. Esta saída leva os fundos a refazerem as suas carteiras para fazer reflectir a revisão, com impacto negativo para as cotadas que saem e positivo para as que entram.
Os recuos generalizados na banca europeia têm especial incidência nos títulos italianos, além do BCP e do Deutsche Bank. Em Lisboa, em contraciclo com o BCP estão os papéis do BPI, que avançam 1,46% para os 1,04 euros, a menos de uma semana do reinício da assembleia-geral destinada a votar a desblindagem dos estatutos do banco e numa altura em que se mantém a oferta pública de aquisição do CaixaBank, de 1,113 euros por acção. Esta sexta-feira o Citigroup aconselhou os accionistas a venderem aos catalães.
A nível doméstico também se destaca uma das componentes que condicionam o financiamento da banca no mercado - os juros da dívida soberana em mercado secundário –, com as "yields" lusas a agravarem em contraciclo com os pares da periferia do euro.
O risco da dívida (diferencial entre as "yields" a que negoceiam as obrigações a dez anos de Portugal e da Alemanha) está em máximos de sete meses, depois de esta quinta-feira também já ter disparado, perante avisos do Conselho de Finanças Públicas sobre o modelo de crescimento económico do Governo, a sua revisão em alta da meta para o défice e um pior cenário para o PIB no final do ano.
Os agravamentos nos juros – que estão nos 3,47%, a agravar 5,5 pontos base e também em máximo intradiário pós-brexit - ocorrem ainda no dia em que a agência de notação S&P tem previsto pronunciar-se sobre o rating da dívida soberana portuguesa.
A praça portuguesa continua a ser a que mais cai entre as pares europeias, a recuar 1,76% para os 4.473,99 pontos, com praticamente todos os títulos em queda, excepção feita à Corticeira Amorim e ao BPI. A cair mais de 4% estão a Pharol e a Galp, no dia seguinte a Américo Amorim ter vendido uma fatia de 5% do capital que detém na energética portuguesa, encaixando 485 milhões de euros.
Com uma queda superior a 7%, tal como acontece com o BCP, está a construtora Mota-Engil, um dia depois de o presidente da empresa, António Mota, ter afirmado não ter ainda confiança para investir em Portugal.
(Notícia actualizada às 14:31 com mais informação; alterada às 15:26 com referência )