Notícia
BCP valoriza mais de 3% após reforço de accionistas
O BCP chegou a subir mais de 9% ao longo da sessão, mas foi diminuindo os ganhos devido à queda das praças europeias.
As acções do BCP fecharam em alta acentuada pela segunda sessão consecutiva, reagindo às várias notícias que decorrem da conclusão do aumento de capital, na passada sexta-feira.
As acções fecharam a valorizar 3,28% para 17,34 cêntimos, aliviando de um ganho máximo que levou os títulos aos 18,35 cêntimos, uma cotação que já supera o valor ajustado no final da sessão de 9 de Janeiro, dia em que o banco liderado por Nuno Amado anunciou a realização de um aumento de capital de 1,33 mil milhões de euros.
Nos dias seguintes ao anúncio e quando foram negociados em bolsa os direitos de subscrição do aumento de capital as acções foram fortemente pressionadas, sobretudo devido à venda dos títulos por parte dos accionistas que não pretendiam participar na operação.
O travar dos ganhos do BCP a partir do meio da sessão surge depois de as bolsas europeias terem invertido para terreno negativo, devido às incertezas relacionadas com as políticas de Trump e o futuro eleitoral de França. O PSI-20, que chegou a ganhar mais de 1%, fechou o dia a cair mais de 0,5%. O Stoxx Banks, que reúne os maiores bancos europeus, desvalorizou mais de 1%.
Apesar do ganho de menor dimensão, as acções do BCP já sobem mais de 20% no conjunto das últimas cinco sessões, beneficiando com os sinais de que o aumento de capital iria ser concretizado com sucesso. A cotação máxima desta segunda-feira já supera o valor ajustado de 9 de Janeiro (nesse dia negociou num máximo de 18,26 cêntimos) e o valor de fecho de 2016 (18,45 cêntimos). Desde o início do ano, e ao valor de fecho de hoje, as acções do BCP caem 7,1%.
Na sexta-feira o banco anunciou que concretizou o encaixe de 1,33 mil milhões de euros, com a procura na operação a superar a oferta em mais de 20%. A Fosun reforçou o estatuto de maior accionista, passando a deter perto de 24% do capital do banco, enquanto a Sonangol manteve o estatuto de segundo maior accionista, com cerca de 15% do capital.
Já esta segunda-feira o BCP anunciou que a BlackRock, gestora de activos norte-americana, passou a ser a terceira maior accionista, com mais de 3% do capital do banco.
Segundo noticiou o Negócios na sexta-feira, o aumento de capital atraiu o interesse dos investidores institucionais estrangeiros, que passaram a deter um quarto do capital do banco, quando antes detinha menos de 20%.
Também os pequenos accionistas do BCP aderiram à operação, ao ponto de terem ficado com uma fatia entre 30% e 35% do capital do banco. Esta percentagem supera as estimativas iniciais da gestão, que admitia que os investidores de retalho ficassem com menos de 30% do banco, contra os anteriores 40%.
O Negócios noticia hoje que concluído o aumento de capital de 1.330 milhões de euros, colocado integralmente entre accionistas e no mercado, o BCP vai avançar desde já com a liquidação da última fatia de 700 milhões de euros de ajuda do Estado.
E que a emissão de novas acções vai reforçar o peso do banco no PSI-20 para cerca de 10%, quando antes do aumento de capital era de cerca de 4%.