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BCP sobe mais de 5% pelo segundo dia consecutivo

O BCP sobe mais de 11% em dois dias, num período em que a banca italiana foi a principal responsável pelo comportamento.

Bruno Simão/Negócios
07 de Dezembro de 2016 às 17:06
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As acções do BCP subiram 5,86% para 1,2597 euros, depois de ontem já terem registado uma forte subida. Assim, em dois dias de negociação, as acções do banco liderado por Nuno Amado estão a acumular um ganho de 11,96%. Uma subida que reduz para 65,9% a queda desde o início do ano.

 

O BCP está no meio de um processo de recapitalização, com a entrada dos chineses da Fosun. Mas a subida recente está mais relacionada com factores externos, especialmente com a banca italiana.

 

O italiano Monte dei Paschi tem estado sob os holofotes, devido às suas necessidades de recapitalização identificadas nos testes de stress, cujos resultados foram conhecidos no Verão. O banco, que é o mais antigo no mundo, foi o único que chumbou nos exames de solvabilidade. E precisa de se recapitalizar em cinco mil milhões de euros.

 

Esta recapitalização tem várias fases. A instituição financeira prevê levantar cerca de mil milhões de euros junto dos actuais obrigacionistas através de um acordo para trocar dívida por capital. O valor é parte dos 5.000 milhões de euros que a instituição tem de encaixar para garantir a sua sobrevivência. De acordo com o plano de recapitalização, dado a conhecer no dia 15 de Novembro, e citado pela Reuters, o Monte dei Paschi oferece em média um prémio de entre 23% e 37% sobre preços de mercado. 

 

Contudo, o resultado do referendo de domingo de Itália, que ditou o "não" às alterações da Constituição e consequente demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, acabou por levantar muitas dúvidas sobre a viabilidade deste plano. Na segunda-feira, 5 de Dezembro, os consultores do Monte dei Paschi que estão a gerir estas operações optaram por adiar a decisão sobre se mantêm o plano ou se o deixam cair, por falta de condições de mercado.

 

E desde ontem que as notícias sobre um resgate público têm-se multiplicado. Já antes do referendo tinha sido noticiado que o Governo estava a negociar com Bruxelas um potencial resgate financeiro do Monte dei Paschi. Ontem foi relevado que se o processo de recapitalização não for possível de ser concretizado através dos investidores, o Governo italiano tem preparado um plano.

 

Já esta quarta-feira foi noticiado que está mesmo a ser preparada uma intervenção pública. O jornal italiano La Stampa deu como certo que o Governo italiano iria pedir um resgate tipo espanhol para o seu sistema financeiro, com um empréstimo de 15 mil milhões de euros do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE). A notícia foi negada tanto pelo Governo, como pelo ESM, mas uma intervenção pública, ainda que noutros moldes, poderá estar a caminho. Isso é, pelo menos, o que garante a Reuters.

 

As acções do Monte dei Paschi subiram 10,05% para 20,80 euros.

 

O movimento de recuperação está a ser generalizado entre os bancos italianos. O Unicredit, que também está a preparar um plano de recapitalização e venda de activos, avançou mais de 8,5%. O Mediobanca apreciou quase 4% e o Banco Popolare valorizou-se praticamente 6%.

 

Destaque também para o Credit Suisse, que avançou mais de 7%, depois de ter anunciado um corte de custos mil milhões de francos suíços (923 milhões de euros). 

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