Notícia
Banca volta a afundar com incerteza política
As acções da banca nacional ainda iniciaram a sessão com oscilações pouco acentuadas, mas já se definiram e voltam a registar perdas avultadas. O BCP lidera mesmo as quedas entre a banca europeia em dia de votação de moção de rejeição ao Governo liderado por Pedro Passos Coelho.
As acções do BCP estão a descer 4,80% para 4,54 cêntimos, elevando para quase 14% a queda nos últimos dois dias. Já o BPI cai 2,35% para 99,8 cêntimos, aumentando para 11% a descida desta semana. O Banif desvaloriza 4% para 0,24 cêntimos, elevando para 14,3% a descida em dois dias.
No resto da Europa a tendência é, maioritariamente, de ganhos, com o índice Stoxx para a banca europeia, que agrega 46 cotadas deste sector, a subir 0,06%. O banco que mais cai é mesmo o BCP, seguindo-se o Julius Baer, com uma queda de 3,33%.
A queda pronunciada da banca nacional está relacionada com a situação política em Portugal, depois de os partidos de esquerda terem fechado acordos que permitirão ao PS governar com o apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP, caso o Presidente da República indigite António Costa como primeiro-ministro. Há casas de investimento que admitem que algumas medidas incluídas no programa do PS, que contará com o apoio parlamentar dos restantes partidos de esquerda, podem ser mal recebidas pelos investidores.
O Rabobank assinala que a proposta de programa do PS contém "medidas susceptíveis de irritar os credores oficiais do país".
Este contexto político levou a subidas significativas das taxas de juro no mercado secundário na segunda-feira, com a banca a ser dos sectores mais afectados por este comportamento.
Esta terça-feira, 10 de Novembro, está a assistir-se a um alívio de pressão, com os investidores expectantes em relação ao que vai acontecer no panorama nacional. Os juros portugueses estão assim a acompanhar a tendência que impera no resto da Europa, numa altura em que os investidores estão cada vez mais confiantes que o Banco Central Europeu (BCE) vai implementar mais medidas de estímulo económico.
Assim, a taxa de juro implícita nas obrigações a 10 anos de Portugal está a cair 2,5 pontos base para 2,806%, enquanto a taxa alemã sobe 0,6 pontos para 0,667%, reduzindo para 213 o prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em vez da alemã.
"Claro que o risco é mais elevado do que antes, mas ainda é demasiado cedo para saber o que está para vir" desta situação política, salientou ontem o analista Marius Daheim, da SEB, citado pela Bloomberg. "A reacção do mercado até agora não é excessiva", acrescenta.
O BCP tem ainda um outro factor que está a pesar na negociação e que está relacionado com a Polónia e a legislação que está a ser preparada para a conversão dos créditos de francos suíços para zlotys. O Haitong acredita que o banco polaco do BCP terá de suportar custos de 3,7 mil milhões de zlotys (860 milhões de euros) na sequência do processo de conversão de créditos imobiliários indexados ao franco suíço.
"A 'underperformance' [do BCP] tem a ver com as notícias vindas da Polónia. A intenção é penalizadora para o BCP, o mercado podia estar à espera de medidas não tão fortes, não tão significativas", disse à Reuters Paulo Rosa, corretor da GoBulling no Porto.
No resto da Europa a tendência é, maioritariamente, de ganhos, com o índice Stoxx para a banca europeia, que agrega 46 cotadas deste sector, a subir 0,06%. O banco que mais cai é mesmo o BCP, seguindo-se o Julius Baer, com uma queda de 3,33%.
O Rabobank assinala que a proposta de programa do PS contém "medidas susceptíveis de irritar os credores oficiais do país".
Este contexto político levou a subidas significativas das taxas de juro no mercado secundário na segunda-feira, com a banca a ser dos sectores mais afectados por este comportamento.
Esta terça-feira, 10 de Novembro, está a assistir-se a um alívio de pressão, com os investidores expectantes em relação ao que vai acontecer no panorama nacional. Os juros portugueses estão assim a acompanhar a tendência que impera no resto da Europa, numa altura em que os investidores estão cada vez mais confiantes que o Banco Central Europeu (BCE) vai implementar mais medidas de estímulo económico.
Assim, a taxa de juro implícita nas obrigações a 10 anos de Portugal está a cair 2,5 pontos base para 2,806%, enquanto a taxa alemã sobe 0,6 pontos para 0,667%, reduzindo para 213 o prémio de risco que os investidores estão a exigir para comprar dívida portuguesa em vez da alemã.
"Claro que o risco é mais elevado do que antes, mas ainda é demasiado cedo para saber o que está para vir" desta situação política, salientou ontem o analista Marius Daheim, da SEB, citado pela Bloomberg. "A reacção do mercado até agora não é excessiva", acrescenta.
O BCP tem ainda um outro factor que está a pesar na negociação e que está relacionado com a Polónia e a legislação que está a ser preparada para a conversão dos créditos de francos suíços para zlotys. O Haitong acredita que o banco polaco do BCP terá de suportar custos de 3,7 mil milhões de zlotys (860 milhões de euros) na sequência do processo de conversão de créditos imobiliários indexados ao franco suíço.
"A 'underperformance' [do BCP] tem a ver com as notícias vindas da Polónia. A intenção é penalizadora para o BCP, o mercado podia estar à espera de medidas não tão fortes, não tão significativas", disse à Reuters Paulo Rosa, corretor da GoBulling no Porto.