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As pretendentes ao trono da Tesla

Tal como “a nova Apple” ou “a nova Amazon”, o mercado já procura identificar “a nova Tesla”. A chinesa Nio, a Nikola e a Rivian estão entre os nomes mais citados.

Tesla
21 de Dezembro de 2020 às 12:00
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Chinesa Nio supera Tesla em valorização este ano

A Tesla é apontada como uma das cotadas que mais brilham este ano, acumulando uma valorização anual de mais de 700%. No entanto, há outra fabricante de veículos elétricos ainda com melhor desempenho. A chinesa Nio viu o preço das suas ações disparar, na bolsa de Nova Iorque (onde tem cotados ADR) mais de 900%.

Depois de há um ano estar numa situação bastante difícil, com falta de liquidez e quebras nas vendas, a Nio aproveitou o forte crescimento do mercado de veículos elétricos na China e viu a sua capitalização bolsista superar os 67 mil milhões de dólares.
A Nio fechou 2019 com prejuízos de cerca de 1,3 mil milhões de euros, mas ganhou novo fôlego após um acordo, em abril, com várias entidades para um financiamento de 820 milhões de euros a troco da alienação de 24% do capital de uma empresa que criou, para a qual transferiu os principais ativos. Desde o anúncio do acordo, as ações da fabricante chinesa dispararam 1.260%.
Sublinhando que "não há uma próxima Tesla", Dan Ives, analista da Wedbush Securities, aponta ao Negócios o "pote de ouro" que é o mercado chinês de veículos elétricos. A Nio é "um ‘player’ a ter em atenção, certamente", considera, sendo "uma das empresas bem colocadas neste enorme mercado".


Nikola chegou a valer 34 mil milhões mesmo sem receitas

Os paralelismos entre a Nikola e a Tesla são evidentes, começando pela inspiração para o nome. Enquanto a empresa de Elon Musk adotou o apelido do famoso inventor, a fabricante de camiões elétricos escolheu o seu nome próprio.

A Nikola avançou para bolsa em junho último e nos primeiros dias de negociação disparou 135%, elevando a capitalização bolsista para 34 mil milhões de dólares quando as ações tocaram um recorde.

No início de setembro, a General Motors (GM) comprou 11% da empresa por dois mil milhões de dólares. Contudo, as ações afundaram após a Hindenburg Research, focada na aposta na queda de ações, afirmar que a Nikola estaria a enganar os investidores quanto às respetivas perspetivas de negócio. Estas alegações levaram a uma investigação pelo regulador dos mercados (SEC) e também pelo Departamento da Justiça. As ações afundaram mais de 60% em três semanas, tendo o fundador e CEO da Nikola, Trevor Milton, abandonado a empresa.

A Nikola prevê zero receitas este ano e apenas estima faturar mil milhões de dólares em 2023. "Ver a Nikola como a próxima Tesla é estúpido. Os investidores estão a ser ridículos", disse à Bloomberg Sam Abuelsamid da Guidehouse Insights.

Rivian aposta nas "pick ups" elétricas com apoio da Amazon

Nascida em 2009, a Rivian é a única das três candidatas a ser a potencial "nova Tesla" que não está cotada em bolsa. E não planeia fazê-lo em breve.

A empresa fundada e liderada por Robert "RJ" Scaringe, já angariou mais de 5,4 mil milhões de dólares em rondas de financiamento e acordos de investimento. Entre os investidores contam-se a Amazon, Ford, BlackRock, Cox Automotive e a gestora de fundos de George Soros.

A Rivian aposta "todas as suas fichas" num mercado-chave nos EUA: o das "pick ups" e SUV. No entanto, notam vários analistas do setor automóvel, a Rivian será uma empresa "de nicho", embora num mercado com alguma dimensão nos EUA. Assim, dificilmente poderá ser comparada com a Tesla.

A Rivian conta lançar no mercado os seus primeiros veículos no início de 2021. Os modelos são uma "pick up" e um SUV, ambos totalmente elétricos.

E já tem assegurada uma encomenda a 10 anos de 100 mil carrinhas por parte da Amazon, das quais as primeiras dez mil deverão ser entregues em 2022.

A empresa já indicou que quer a "pick up" quer o SUV terão uma autonomia de mais de 650 quilómetros, semelhante à do modelo de topo da Tesla.
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