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As grandes empresas nunca dominaram tanto o S&P 500 como agora

Pelo menos uma coisa ficou clara após um início de ano tumultuoso: para os investidores em ações, ser uma empresa grande nunca foi tão bom como agora.

Reuters
19 de Janeiro de 2020 às 21:47
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Enquanto o índice S&P 500 volta a marcar recordes, as cinco maiores cotadas dos Estados Unidos representam agora uma participação recorde de 18% da capitalização do indicador de referência - superior à bolha da tecnologia, sublinhou o Morgan Stanley na segunda-feira, 13 de janeiro.

 

As ações de empresas de alta capitalização dos EUA saltaram para perto do nível mais alto em mais de 10 anos em relação às chamadas "small caps" nos primeiros dias desta nova década. As empresas que lucram mais fora do território norte-americano, estão perto dos níveis mais altos desde abril do ano passado em comparação com as as que atuam apenas a nível nacional, segundo o Goldman Sachs.

 

A Apple, Microsoft, Alphabet, Amazon.com e Facebook são "o outro 1%", refere o analista-chefe do Morgan Stanely para o mercado acionista dos EUA, Mike Wilson, usando uma frase normalmente aplicada para descrever as disparidades de rendimento e riqueza para exemplificar as desigualdades no mercado de ações.

 

Embora a valorização dessas gigantes seja uma boa notícia para quem simplesmente procura uma subida do índice, para alguns estrategas é sinal de que os investidores perderam o apetite pelo risco devido aos receios de que o ciclo económico esteja lento. Graças à inovação e ao domínio do mercado – o argumento principal para a valorização –, essas gigantes tecnológicas podem proporcionar crescimento dos lucros, independentemente do que aconteça na economia.

 

O seu desempenho superior ameaça alterar muitas teses populares para 2020 relativamente aos mercados acionistas, nomeadamente a preferência por ações globais em detrimento de empresas dos EUA, bem como por ativos mais arriscados.

 

"Os investidores estão muito mais cautelosos do que pensamos", salienta Sophie Huynh, estratega de diversificação de ativos no Société Générale, em Londres. "Se de facto houver uma recessão, as empresas de baixa capitalização serão prejudicadas devido ao risco de crédito e ao índice beta das ações".

 

Num ciclo de negócios em envelhecimento, muitos acreditam que é mais provável que a atividade desacelere do que acelere e, portanto, o crescimento dos lucros será mais fraco – punindo as "small caps" de forma desproporcional. As margens mais apertadas levaram a ganhos mais decepcionantes junto destas empresas de baixa capitalização e as estimativas de lucro provavelmente serão ainda mais reduzidas, escreveu Wilson e a sua equipa numa nota de análise divulgada na semana passada. 

 

(Texto original: Big Companies Have Never Dominated the S&P 500 Like They Do Now)

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