As acções do BCP estão a descer 2,32% para 9,28 cêntimos, tendo chegado a perder 5,26% para 9,0 cêntimos. Já o Bank Millennium desliza 6,92% para 6,86 zlotys, tendo já caído mais de 7%.

A queda surge depois de ontem, já após o fecho do mercado, o banco ter revelado que vai vender 15,41% do Bank Millennium, mantendo a maioria do capital da unidade polaca. Esta venda permite ao banco de Nuno Amado reforçar a sua solidez, o que lhe dá folga para antecipar o reembolso dos 750 milhões de apoio do Estado de que ainda beneficia. 

O BCP tem actualmente 65,5% do Bank Millennium, pelo que reduzirá a sua posição para 50,1% na sequência desta alienação.

As acções do Bank Millennium, que são cotadas na bolsa de Varsóvia, fecharam quarta-feira nos 7,37 zlotys, avaliando a instituição financeira em 8.940 milhões de zlotys (2.175 milhões de euros). Caso a colocação de acções a efectuar pelo BCP seja efectuada ao preço de mercado (neste tipo de operações é habitualmente aplicado um desconto), o banco português encaixará 1.378 milhões de zlotys (335 milhões de euros).

Esta operação deve "impulsionar os rácios de capital" do BCP, o que na perspectiva do BESI "é a principal preocupação do mercado", de acordo com uma nota da casa de investimento.

"Contudo, calculamos um impacto relativamente modesto de cerca de 30 pontos base no rácio de capital core, o que significa que o rácio CET1 do BCP vai permanecer abaixo dos 10% por algum tempo", salienta o analista Juan Carlos Calvo do BESI num breve comentário emitido esta quinta-feira, 26 de Março.

Ainda assim, "esperamos uma geração orgânica de capital considerável" nos próximos tempos, acrescenta.

Já André Rodrigues, analista do CaixaBI, calcula em que o impacto positivo no rácio de capital seja ") entre 47 pontos base (7,5% de desconto na colocação) e 53 pontos base (preço de fecho das acções do Bank Millennium)."

Esta operação terá também "um impacto negativo de cerca de 25 milhões de euros na nossa estimativa de resultados consolidados para o BCP (8% do resultado líquido para 2015)", acrescenta o mesmo analista do CaixaBI.

"Entendemos ainda que, ao aumentar potencialmente o ‘free float’ do título na Bolsa de Varsóvia (actualmente inferior a 20%), esta operação tenderá a promover uma maior liquidez e visibilidade às acções, potenciando o valor da restante participação do BCP (mínimo de 50,1% depois da colocação)."

(Notícia actualizada às 9h02 com análise do CaixaBI)