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Abertura dos mercados: Grécia continua na mira dos investidores
Os investidores vão continuar a estar atentos à evolução da situação económica e financeira helénica, isto numa altura em que as negociações técnicas entre Atenas e Bruxelas ainda perduram.
A Grécia deverá continuar a ser um dos temas centrais para os investidores. O Negócios escreve esta terça-feira, 31 de Março, que o Governo grego terá finalmente concluído uma lista de 15 páginas onde descreve de forma mais detalhada e quantificada um conjunto de medidas para incluir num Orçamento rectificativo, essencial para se candidatar a receber a última fatia de 7,2 mil milhões de euros deste segundo resgate da troika. Na opinião dos economistas das três instituições, "muito trabalho" continua, porém, a estar pela frente.
Embora esteja marcada uma reunião técnica para esta quarta-feira, em Bruxelas admite-se ser improvável convocar os ministros das Finanças do euro ainda antes da Páscoa. E sem reunião e aval do Eurogrupo, não há novos "cheques" para Atenas, onde os cofres e os bancos estarão cada vez mais vazios. Segundo a Reuters, só há dinheiro até à segunda semana de Abril. E se a Grécia falhar pagamentos aos credores, designadamente ao FMI, poderá ser empurrada para uma saída "acidental" do euro.
Ontem, 30 de Março, no Parlamento, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, não explicou o que está a ser negociado com os credores, nem sequer referiu as reformas que estão a ser negociadas com as instituições. Optou, no entanto, por atacar a oposição. Procuramos um compromisso honesto com os nossos parceiros. Mas não esperem que que assinemos uma trégua sem termos. Esta é a razão para estarmos sob um ataque impiedoso, mas também é por esta razão que a sociedade nos apoia", afirmou citado pela agência de informação grega, ANA. "O novo Governo grego está a negociar, lutando" para pôr fim ao "sangramento da maioria do povo grego".
No mercado cambial, o dólar está a apreciar face às principais divisas mundiais, incluindo o euro, impulsionado pela expectativa que os estímulos dos bancos centrais vão continuar a suportar os preços dos activos. A incerteza que se vive em torno da Grécia está também a penalizar a cotação da moeda europeia que, por esta altura, recua 0,48% para 1,0782 dólares.
No mercado asiático, o sentimento é misto com o MSCI Ásia Pacífico a somar 0,5% e os índices nipónicos em queda: o Nikkei encerrou a cair 1,05% e o Topix recuou 0,94%.
Quanto ao petróleo, os preços da matéria-prima continuam a descer nos mercados internacionais, pressionado pelas negociações em torno do programa nuclear iraniano. As negociações entre o Teerão e os diplomatas da Alemanha, Reino Unido, França, Estados Unidos da América, China e Rússia continuam e um acordo pode resultar num levantamento de sanções impostas ao Irão, o que vai permitir a este país aumentar as suas exportações de crude.
Caso isto se verifique, o excedente de oferta de "ouro negro" que existe no mercado vai agravar-se. O West Texas Intermediate recua 1,42% para 47,99 dólares por barril e o Brent do Mar do Norte, que serve de referência para as importações nacionais, desce 0,78% para 55,85 dólares por barril.