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IMF – Rand em máximos 5 meses após subida de taxas

O rand ascendeu a máximos de 5 meses face ao dólar e euro; O Eur/Usd lateralizou em torno dos $1,10; O petróleo e o ouro regressaram às subidas

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| Rand sul-africano em máximos de 5 meses após subida de taxas

O rand sul-africano ascendeu a máximos de cinco meses face ao dólar e euro, após a Reserva Federal da África do Sul ter subido a taxa de juro diretora. O incremento foi de 25 pontos base, elevando-a para 4,25%, com a instituição a citar os riscos de inflação ligados à guerra na Ucrânia como principal motivo. Este movimento já era amplamente esperado pelo mercado. Não obstante, houve algumas surpresas, que passam, principalmente, pelo facto de 2 dos 5 membros do Comité terem votado a favor de uma subida ainda mais expressiva de 50 pontos base, sugerindo que tal poderá ocorrer em alguma das próximas reuniões. É de notar que o rand tem sido uma das moedas emergentes com melhor desempenho desde que a Rússia invadiu a Ucrânia há um mês atrás, com preços mais elevados para mercadorias como ouro, paládio, platina e carvão, que beneficiam a África do Sul rica em recursos, também a justificarem os ganhos.

A nível técnico, o Eur/Zar apresenta uma tendência de queda desde finais de 2021. O par tem vindo a registar mínimos relativos cada vez mais baixos e recentemente quebrou o limite inferior do canal de tendência descendente. No final da última semana o par iniciou um teste ao suporte dos 16 rands. Tendo tudo isto em consideração, quando combinado com o sinal de venda do MACD, prevê-se que o par continue a recuar, tendo como próximo suporte o nível dos 15 rands.

| Eur/Usd lateralizou em torno dos $1,10; Mercado laboral dos EUA continua a recuperar

A última semana foi relativamente calma no que toca ao Eur/Usd, com o par a lateralizar em torno dos $1,10. A nível europeu a temática da guerra na Ucrânia continua a dominar as atenções, com o Ocidente a impor mais sanções à Rússia e com o Conselho Europeu a reunir-se no final da última semana para debater um conjunto de temas, nomeadamente a independência energética. Destaque para a atividade empresarial da Zona Euro, que terá sido mais robusta em março do que o esperado. O PMI Compósito (que junta a indústria e os serviços) terá baixado de 55,5 pontos em fevereiro para 54,5 este mês, confortavelmente acima dos 53,9 pontos esperados e do limiar de contração/expansão de 50 pontos. Contudo, parte dessa expansão resultou de uma recuperação após o levantamento das restrições da Covid-19 e as perspetivas são sombrias, uma vez que os problemas da cadeia de abastecimento causados pela pandemia se agravaram após a invasão russa da Ucrânia. Para além disto, os preços têm subido a um ritmo recorde, aumentando a pressão sob o BCE para subir taxas de juro. A atividade na Alemanha, a maior economia da Europa, baixou este mês à medida que a inflação dos preços na produção atingiu um novo recorde e a guerra na Ucrânia teve um impacto na procura, bem como nas cadeias de abastecimento, dados anteriores mostraram. Já nos EUA, destaque para os mais recentes dados do mercado laboral, tendo os novos pedidos de subsídio de desemprego recuado para mínimos de 50 anos na última semana. Os novos pedidos fixaram-se em 187 mil na semana até 19 de março, abaixo dos 215 mil da semana anterior e dos 212 mil esperados. Até ao momento ainda não existem sinais de que a guerra na Ucrânia, que fez "disparar" os preços dos combustíveis e que deverá agravar a pressão sob as cadeias de abastecimento globais, tenha tido impacto no mercado laboral.

A nível técnico, a última semana ficou marcada por uma lateralização do par, em órbita dos $1,10. Para o curto prazo poderá vir a verificar-se uma tendência semelhante, entre os $1,09 e $1,12 – 23,6% e 38,2% de retração de fibonacci, respetivamente. Já para o médio prazo o par continua a apresentar uma perspetiva bearish, tendo vindo a registar máximos relativos cada vez mais baixos.

| Preços do petróleo com valorização semanal na ordem dos 8%

Após duas semanas consecutivas de quedas, os preços do petróleo registaram uma semana de ganhos, tendo valorizado mais de 8% na última semana. A meio da semana, os 31 países da Agência Internacional de Energia (AIE) comprometeram-se a "reduzir radicalmente" as importações de gás e petróleo russo. Os dados do Departamento da Energia dos EUA, de que os inventários de crude norte-americanos diminuíram em 2,51 milhões de barris na última semana, também impulsionaram os preços do petróleo. A suspensão dos carregamentos de um importante terminal de exportação de petróleo no Mar Negro, também captou a atenção dos investidores. Por último, a celebração de um acordo de fornecimento de gás natural de Washington aos Estados membros da União Europeia para diminuir a dependência do bloco europeu da Rússia, limitou ganhos mais expressivos do "ouro negro". Já na tarde de sexta-feira o petróleo recebeu impulso adicional após uma unidade de armazenamento da Saudi Aramco em Jedha ter sido atingida por um míssil.

Tecnicamente, com os ganhos da última semana, o crude começa a apresentar uma perspetiva mais neutra para o curto-prazo. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD que não apresenta um sinal concreto também contribuiu para esta perspetiva, o que sugere que a matéria-prima poderá continuar a consolidar em torno dos níveis atuais.

| Conflito na Ucrânia continuou a suportar preços do ouro

À semelhança do petróleo, o ouro também valorizou esta semana, após duas semanas consecutivas de perdas. Apesar de uma política monetária mais "agressiva" da Reserva Federal norte-americana, que poderá encaminhar os investidores para as dívidas soberanas, os preços do ouro foram impulsionados pela contínua situação na Ucrânia e pelos elevados números da inflação. Com esta incerteza, os investidores procuram os ativos de refúgio como é o caso do ouro. Ênfase também para o Tesouro do EUA, que anunciou a proibição de transações, incluindo da matéria-prima, entre cidadãos norte-americanos e o Kremlin. Ainda a contribuir para os ganhos, a Morgan Stanley aponta para que o ouro chegue aos $2000/onça já no segundo trimestre deste ano.

Apesar dos ganhos da última semana, os preços do ouro continuam a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, ainda que de forma mais ligeira, seguindo a testar os $1950. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD, que ainda apresenta um sinal de venda, contribuem para esta perspetiva. Deste modo, o ouro deverá consolidar abaixo dos $1950 no curto-prazo.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
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