Notícia
IMF – PIB da ZE subiu mais que o previsto
Os resultados do BNP Paribas surpreenderam pela positiva; Economia da ZE cresceu; Petróleo registou mês de perdas; Ouro beneficiou de dólar mais fraco
01 de Agosto de 2022 às 14:30
| BNP Paribas apresentou resultados trimestrais bastante robustos
O maior banco francês (e um dos maiores da Europa), o BNP Paribas, apresentou os seus resultados relativos ao segundo trimestre de 2022, registando um crescimento anual de 9,1% dos lucros, alcançando 3,2 mil milhões de euros. Estes resultados superaram as expetativas dos analistas (que esperavam lucros na ordem de 2,7 mil milhões de euros). No que toca às receitas, cresceram 8,5% até 12,78 mil milhões de euros, superando assim o ritmo de crescimento das despesas operacionais, que foi de 7,6% para um total de 7,72 mil milhões de euros.
A nível técnico, olhando para os últimos 15 anos, as ações do BNP Paribas têm vindo a lateralizar num intervalo largo entre os 25 e 70 euros. No início deste ano os títulos ainda testaram o limite superior do intervalo, mas não obtiveram sucesso, acabando por corrigir em baixa. Contudo, recentemente acabaram por encontrar suporte nos 40 euros. Como tal, a ação poderá continuar a ressaltar nos próximos meses, podendo vir a testar novamente o nível dos 70 euros.
| Economia da Zona Euro subiu, EUA em recessão técnica
Dados preliminares do Eursotat apontam para que a economia da Zona Euro tenha crescido 0,7% em cadeia no segundo trimestre, resultando num crescimento homólogo de 4,0%. Os dados foram positivos, tendo em conta que era esperado um abrandamento do crescimento para 0,2% q/q, dos 0,6% q/q do primeiro trimestre e que a economia alemã acabou por estagnar no mesmo período. Em Portugal em particular, a economia acabou por contrair 0,2% q/q. Olhando para o futuro, as perspetivas para o futuro são mais sombrias. Para vários analistas, este foi o último trimestre "positivo" da economia, antes de uma eventual recessão na segunda metade do ano, causada por constrangimentos nas cadeias de abastecimentos, custos de energia em alta e por uma inflação cada vez mais elevada. Para além do PIB, o Eurostat revelou também os números da inflação homóloga da Zona Euro no mês de maio, tendo esta acelerado de 8,6% em junho para 8,9% em julho, um novo máximo histórico e que poderá ainda não ser o pico, dando munições ao BCE para realizar mais uma subida de taxas de juro em setembro. No outro lado do Atlântico, a economia norte-americana terá registado uma contração no segundo trimestre de 2022. Os números preliminares apontam para que o PIB tenha caído 0,9% (taxa anualizada) no 2º trimestre. No 1º trimestre a contração tinha sido de 1.6% anualizados, configurando o que normalmente se designa por "recessão técnica". Contudo, o National Bureau of Economic Research define uma recessão como "um declínio significativo da atividade económica espalhada pela economia, com duração superior a alguns meses, normalmente visível na produção, emprego, rendimento real, e outros indicadores". O crescimento do emprego atingiu em média 456 700 postos de trabalho por mês na primeira metade do ano, o que está a gerar fortes ganhos salariais. No entanto, a construção e venda de casas enfraqueceram, enquanto o sentimento dos negócios e dos consumidores abrandou nos últimos meses. Em suma, se já se entrou numa recessão ou não, pode ser alvo de discussão, mas o abrandamento da atividade é bastante evidente.
Numa vertente técnica, não existem grandes novidades a reportar sobre o Eur/Usd. Após ter atingido mínimos de 20 anos nos $0,9953 o par acabou por ressaltar, estando desde então a transacionar ligeiramente acima da paridade. As perspetivas permanecem negativas para o par. O facto de não ter (pelo menos até ao momento) atingido o nível dos $1,0340 no seu ressalto acaba por corroborar a fraqueza da moeda única neste momento. Assim, este terá sido apenas um ressalto técnico, sendo esperado que o par dê seguimento às perdas.
| Petróleo regressou aos ganhos, mas saldo mensal foi negativo
Os preços do petróleo registaram uma variação positiva na semana passada, tendo o barril de crude ultrapassado os $100. O ouro negro beneficiou das expetativas de que a OPEP+ não irá aumentar a produção na sua reunião desta semana, isto após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter viajado à Arábia Saudita na esperança de conseguir um acordo nesse sentido. Segundo alguns analistas, seria complicado para a OPEP+ aumentar a oferta, dado que muitos produtores já estão a ter dificuldades em cumprir as quotas de produção. Para além disto, um dólar ligeiramente mais fraco também ofereceu suporte ao petróleo esta semana. Contudo, os ganhos não foram suficientes para evitar que o petróleo encerrasse julho com uma variação negativa.
A nível técnico, o crude encontra-se numa posição importante para o curto-prazo, estando a testar a linha superior do canal de tendência descendente dentro do qual vem a transacionar desde junho. Assim, uma quebra a este nível poderá resultar numa inversão da tendência para o curto prazo, principalmente quando é tido em consideração que de momento esta linha está a coincidir com o nível psicológico dos $100.
| Dólar mais fraco impulsionou o ouro
O ouro renovou máximos de mais de três semanas, apoiado por um dólar mais fraco, assim como por algumas expetativas de que a Fed possa desacelerar o ritmo de subida de taxas à medida que os riscos económicos aumentam, isto após a economia norte-americana ter entrado numa recessão técnica.
O ouro apresenta uma perspetiva de queda há já bastante tempo. O metal precioso transaciona para já dentro de um canal de tendência descendente (vermelho) desde o início do ano. Recentemente ressaltou no limite inferior deste, podendo assim vir a realizar um novo teste aos $1750 e potencialmente ao limite superior do canal.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
O maior banco francês (e um dos maiores da Europa), o BNP Paribas, apresentou os seus resultados relativos ao segundo trimestre de 2022, registando um crescimento anual de 9,1% dos lucros, alcançando 3,2 mil milhões de euros. Estes resultados superaram as expetativas dos analistas (que esperavam lucros na ordem de 2,7 mil milhões de euros). No que toca às receitas, cresceram 8,5% até 12,78 mil milhões de euros, superando assim o ritmo de crescimento das despesas operacionais, que foi de 7,6% para um total de 7,72 mil milhões de euros.
| Economia da Zona Euro subiu, EUA em recessão técnica
Dados preliminares do Eursotat apontam para que a economia da Zona Euro tenha crescido 0,7% em cadeia no segundo trimestre, resultando num crescimento homólogo de 4,0%. Os dados foram positivos, tendo em conta que era esperado um abrandamento do crescimento para 0,2% q/q, dos 0,6% q/q do primeiro trimestre e que a economia alemã acabou por estagnar no mesmo período. Em Portugal em particular, a economia acabou por contrair 0,2% q/q. Olhando para o futuro, as perspetivas para o futuro são mais sombrias. Para vários analistas, este foi o último trimestre "positivo" da economia, antes de uma eventual recessão na segunda metade do ano, causada por constrangimentos nas cadeias de abastecimentos, custos de energia em alta e por uma inflação cada vez mais elevada. Para além do PIB, o Eurostat revelou também os números da inflação homóloga da Zona Euro no mês de maio, tendo esta acelerado de 8,6% em junho para 8,9% em julho, um novo máximo histórico e que poderá ainda não ser o pico, dando munições ao BCE para realizar mais uma subida de taxas de juro em setembro. No outro lado do Atlântico, a economia norte-americana terá registado uma contração no segundo trimestre de 2022. Os números preliminares apontam para que o PIB tenha caído 0,9% (taxa anualizada) no 2º trimestre. No 1º trimestre a contração tinha sido de 1.6% anualizados, configurando o que normalmente se designa por "recessão técnica". Contudo, o National Bureau of Economic Research define uma recessão como "um declínio significativo da atividade económica espalhada pela economia, com duração superior a alguns meses, normalmente visível na produção, emprego, rendimento real, e outros indicadores". O crescimento do emprego atingiu em média 456 700 postos de trabalho por mês na primeira metade do ano, o que está a gerar fortes ganhos salariais. No entanto, a construção e venda de casas enfraqueceram, enquanto o sentimento dos negócios e dos consumidores abrandou nos últimos meses. Em suma, se já se entrou numa recessão ou não, pode ser alvo de discussão, mas o abrandamento da atividade é bastante evidente.
Numa vertente técnica, não existem grandes novidades a reportar sobre o Eur/Usd. Após ter atingido mínimos de 20 anos nos $0,9953 o par acabou por ressaltar, estando desde então a transacionar ligeiramente acima da paridade. As perspetivas permanecem negativas para o par. O facto de não ter (pelo menos até ao momento) atingido o nível dos $1,0340 no seu ressalto acaba por corroborar a fraqueza da moeda única neste momento. Assim, este terá sido apenas um ressalto técnico, sendo esperado que o par dê seguimento às perdas.
| Petróleo regressou aos ganhos, mas saldo mensal foi negativo
Os preços do petróleo registaram uma variação positiva na semana passada, tendo o barril de crude ultrapassado os $100. O ouro negro beneficiou das expetativas de que a OPEP+ não irá aumentar a produção na sua reunião desta semana, isto após o Presidente dos EUA, Joe Biden, ter viajado à Arábia Saudita na esperança de conseguir um acordo nesse sentido. Segundo alguns analistas, seria complicado para a OPEP+ aumentar a oferta, dado que muitos produtores já estão a ter dificuldades em cumprir as quotas de produção. Para além disto, um dólar ligeiramente mais fraco também ofereceu suporte ao petróleo esta semana. Contudo, os ganhos não foram suficientes para evitar que o petróleo encerrasse julho com uma variação negativa.
A nível técnico, o crude encontra-se numa posição importante para o curto-prazo, estando a testar a linha superior do canal de tendência descendente dentro do qual vem a transacionar desde junho. Assim, uma quebra a este nível poderá resultar numa inversão da tendência para o curto prazo, principalmente quando é tido em consideração que de momento esta linha está a coincidir com o nível psicológico dos $100.
| Dólar mais fraco impulsionou o ouro
O ouro renovou máximos de mais de três semanas, apoiado por um dólar mais fraco, assim como por algumas expetativas de que a Fed possa desacelerar o ritmo de subida de taxas à medida que os riscos económicos aumentam, isto após a economia norte-americana ter entrado numa recessão técnica.
O ouro apresenta uma perspetiva de queda há já bastante tempo. O metal precioso transaciona para já dentro de um canal de tendência descendente (vermelho) desde o início do ano. Recentemente ressaltou no limite inferior deste, podendo assim vir a realizar um novo teste aos $1750 e potencialmente ao limite superior do canal.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.