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IMF – Eur/Usd perto da paridade

O Primeiro-Ministro britânico apresentou a sua demissão; O Eur/Usd está já muito próximo da paridade; O ouro e o petróleo voltaram a encerrar a semana com perdas

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| Johnson demitiu-se e libra valorizou face ao euro

Na passada quinta-feira, Boris Johnson apresentou a sua demissão do cargo de Primeiro-Ministro britânico. Este desenvolvimento já era mais do que esperado, uma vez que mais de 50 dos membros do seu governo já se tinham demitido e os deputados do próprio partido pressionavam para que resignasse. A descendente de Johnson resultou, em boa parte, de um conjunto de escândalos, nomeadamente as festas na sua residência em época de restrições pandémicas e, mais recentemente, o escândalo que envolveu Chris Pincher, número dois da bancada parlamentar conservadora. A forte subida de impostos recente e o desgaste decorrente de uma situação económica difícil também foram fatores. Ainda não se sabe quem será o sucessor de Johnson, mas as apostas iniciais focam em Rishi Sunak (até terça-feira ministro das finanças) e Penny Mordaunt (Ministra do Comércio), mas o atual primeiro-ministro pretende ficar no cargo até outubro. A libra reagiu em alta a estes desenvolvimentos, ascendendo a máximos de mês e meio face ao euro, com o par Eur/Gbp a recuar até às £0,8450. Não obstante, é necessário realçar que as quedas recentes do par resultam, em boa parte, da fraqueza generalizada do euro. De facto, quando comparada face ao dólar, a moeda britânica registou apenas ganhos modestos na quinta-feira, no seguimento da demissão, tendo os revertido na sexta-feira. Assim, os ativos britânicos têm reagido de forma relativamente calma à "queda" de Johnson esta cena, com o cenário económico global em deterioração visto como muito mais importante, mesmo que alguma incerteza política imediata tenha sido removida.

A nível técnico, o Eur/Gbp começa agora a apresentar uma perspetiva bearish para o curto-prazo, após quebrar em baixa os suporte das £0,8550 e dos £0,85. O MACD apresenta um sinal de venda, sugerindo que o par poderá continuar a recuar até ao próximo suporte que se situa nas £0,83 por euro.

| Eur/Usd às portas da paridade; EUA criaram mais empregos do que o esperado

Na última semana verificou-se uma forte queda do Eur/Usd, que chegou a testar níveis abaixo dos $1,01 na passada sexta-feira, ficando assim muito próximo do nível de paridade. Esta evolução movimento decorreu essencialmente da maior convicção de que a FED irá subir taxas em 75 base na próxima reunião, bem como do facto de a Alemanha ter apresentado o primeiro défice comercial mensal em mais de 30 anos e de parecer haver pouco consenso dentro do BCE acerca da nova ferramenta de "anti- fragmentação". Destaque ainda para a economia norte-americana, que surpreendeu pela positiva, ao criar 372 mil postos de trabalho em junho. Apesar de este número representar uma ligeira quebra face aos 390 mil de maio, ficou bastante acima dos 268 mil previstos pelos analistas inquiridos pela Reuters. Com esta leitura, todos os setores, à exceção do lazer e hospitalidade, já recuperaram a totalidade dos empregos perdidos durante a pandemia. Já a taxa de desemprego permaneceu inalterada em 3,6%. Estes dados irão provavelmente manter os membros da Fed empenhados em subir as taxas de juro de forma agressiva para conter a inflação, reduzindo a procura entre as famílias e as empresas. Uma queda na taxa de participação (de 62,3% para 62,2%) corrobora muitas queixas sobre a escassez de trabalhadores e uma incapacidade dos empregadores para preencher milhões de posições em aberto - uma receita para pressões salariais sustentadas.

O Eur/Usd dominou as atenções nos últimos dias. O par tem perdido bastante terreno, tendo na sexta-feira quebrado em baixa o nível dos $1,01, renovando pare pero de mínimos de 20 anos. O câmbio dá assim por terminado o movimento de lateralização que vinha a apresentar há vários meses (entre os $1,03 e $1,08) e volta a apresentar uma tendência bearish, sendo cada vez mais esperado que recue até ao nível da paridade.

| Petróleo voltou a encerrar a semana no "vermelho"

Os preços do petróleo voltaram a registar uma semana de perdas, como resultado dos receios sobre uma potencial quebra na procura, numa altura em que aumentam cada vez mais as expetativas de recessão. Bancos centrais um pouco por todo o mundo têm vindo a subir taxas de juro de forma a conter a inflação, alimentando a possibilidade de prejudicar o crescimento económico e resultando, eventualmente, numa recessão. Para além disto, foi revelado que Xangai iniciou testagem em massa contra o Covid-19, o que leva alguns investidores a recearem mais confinamentos na região e país, o que a acontecer limitaria a procura pelo petróleo.

A nível técnico, o crude não conseguiu quebrar de forma significativa o nível dos $120 em alta, acabando por corrigir em baixa, quebrando o suporte dos $110 e chegando a aproximar-se dos $100. Contudo, este último nível dos $100 tem provado ser robusto, tendo a matéria-prima ressaltado, sendo esperado um novo teste aos $110.

| Ouro registou quarta semana consecutiva de perdas

O ouro fechou em perda pela quarta semana consecutiva, pressionado por um dólar cada vez mais forte. Para além disso, o facto de a economia norte-americana ter criado mais postos de trabalho do que o esperado em junho (ver texto acima) só contribuiu ainda mais para a robustez do dólar, numa altura em que a maioria dos dados que são divulgados oferecem "munições" para a Fed adotar uma postura mais longa e agressiva no que toca à subida de taxas de juro.

O ouro apresenta uma perspetiva bearish para o curto-prazo, tendo quebrado os suportes dos $1800 e $1750, tendo agora caminho livre até aos $1700.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
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