Notícia
IMF – Inflação dos EUA levou o Eur/Usd para mínimos de 16 meses
Turquia cortou taxas em mais 100 pb. Lira caíu para novos mínimos; Áustria impõe confinamento total a partir de hoje e Alemanha poderá seguir o exemplo; Crude em mínimos de mais de 1 mês; Preços do ouro estáveis, perto de máximos de junho
| Turquia cortou taxas em mais 100 pb; Lira caiu para novos mínimos
O Banco Central da Turquia foi ao encontro das expetativas do mercado e realizou um corte de 100 pontos base à sua taxa de juro de referência, levando-a para 15%, mesmo após a inflação ter atingido o marco de 20% e a lira ter recuado para mínimos históricos. Com esta decisão, o Banco demonstrou o seu apoio aos apelos de estímulos do Presidente, Tayyip Erdogan. Os analistas têm criticado esta sequência de decisões, considerando a flexibilização monetária prematura, que deixa as taxas reais em território fortemente negativo e vai em "sentido contrário" da tendência mundial. A lira turca reagiu em forte queda (6%) a este anúncio. Face ao dólar, a moeda transaciona em torno das 11 liras e face ao euro em órbita das 12.60 liras – ambos correspondentes a mínimos históricos. No entanto, o Banco Central revelou ainda que espera que terminar o ciclo de cortes no próximo mês, ou seja, ainda irá baixar mais os juros.
| Áustria impõe confinamento total a partir de hoje; Alemanha poderá seguir exemplo
A Áustria tornou-se no primeiro país da Europa Ocidental a reimpor um confinamento total a nível nacional devido à Covid-19. O anúncio foi feito na passada sexta-feira e entrou hoje em vigor. Para além disto, a Áustria revelou que irá exigir que toda a população seja vacinada a partir de fevereiro, uma decisão que deverá gerar algum descontentamento num país onde o ceticismo em relação às vacinas é elevado. Já a sua "vizinha", Alemanha, advertiu que poderá seguir o exemplo, criando uma onda de "choque" nos mercados financeiros, preocupados com as consequências económicas destas medidas. É de notar que uma quarta vaga de infeções leva atualmente a Alemanha a registar o maior número de casos diários desde o início da pandemia, colocando o país numa emergência nacional, com o Ministro da Saúde, Jens Spahn, a advertir que as vacinas, por si só, não serão suficientes para reduzir o número de casos.
A nível técnico, com as perdas das últimas semanas, o Eur/Usd intensificou a perspetiva bearish que vinha a apresentar, renovando mínimos de 16 meses, abaixo dos $1,13. Para o longo-prazo, o par continua a apresentar uma perspetiva bearish, à medida que transaciona dentro do canal de tendência descendente (vermelho tracejado). Contudo, para o curto-prazo zona entre os $1,1250 e $1,13 poderá oferecer suporte ao par.
| Crude em mínimos de mais de 1 mês
Pela quarta semana consecutiva, os preços do petróleo registaram uma variação semanal negativa, recuando cerca de 4%, atingindo mínimos de mais de 1 mês. Os investidores continuam a aguardar uma decisão da administração de Joe Biden, presidente dos EUA, sobre se irá aceder às reservas estratégicas norte-americanas para enfrentar a subida dos preços dos combustíveis no país. A China também está a trabalhar neste tema, pensando também usar as suas reservas estratégicas. As quedas da matéria-prima também resultaram de comentários da Agência Internacional da Energia (AIE) e da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), que alertaram para o iminente excesso da oferta do petróleo, numa altura em que a pandemia de Covid-19 começa a ganhar novo ímpeto na Europa, com vários países a aumentaram as restrições de circulação, o que poderá afetar a evolução da procura.
Tecnicamente, com as perdas das últimas semanas, o crude dissipa a perspetiva bullish, que vinha a apresentar desde meados de agosto. Os indicadores técnicos, nomeadamente o MACD suportam esta mudança na perspetiva, uma vez que apresenta um sinal de "venda". Os preços do "ouro negro" seguem assim já abaixo do suporte dos $80, preparando-se para fazer um teste aos $75.
| Preços do ouro estáveis perto de máximos de junho
O ouro registou uma semana sem grande variação, seguindo perto de máximos de junho. Por um lado, os receios com o aumento da inflação, tanto nos Estados Unidos como na Europa, intensificaram a atratividade do ouro como ativo de refúgio e cobertura contra o aumento dos preços. Por outro, a valorização do dólar norte-americano e as declarações feitas por membros da Fed, que afirmaram estarem otimistas em relação à recuperação do mercado laboral no próximo ano e que esta subida da inflação é apenas temporária, limitaram ganhos mais expressivos do metal precioso.
Tecnicamente, com a consolidação desta semana, o ouro começa a apresentar uma perspetiva mais neutra a curto-prazo, à medida que consolida acima dos $1850. Os indicadores técnicos suportam esta perspetiva, podendo indicar que os preços do metal precioso irão continuar a consolidar acima dos $1850 no curto/médio-prazo.
As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.