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IMF – BCE realizará subida de 75 pb?

A SAS, em processo de insolvência nos EUA, registou elevados prejuízos; Eur/Usd renovou mínimos de 20 anos; Crude regressou aos ganhos; Ouro perdeu terreno

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| Já em falência, greves de pilotos levaram a SAS a registar prejuízos ainda mais amplos

Afetada pela pandemia e pela forte recuperação de outra companhia low cost, a empresa procurou proteção contra uma possível falência no mês passado, quando a sua frota de pilotos levou a cabo uma greve de 15 dias. No segundo trimestre do ano, os prejuízos antes de impostos atingiram 1,99 mil milhões de coroas suecas, superado assim os 1,33 mil milhões resgatados no período homólogo. O trimestre viu os seus resultados impactados pela greve dos pilotos durante o mês de julho, tendo um impacto financeiro de 1,4 mil milhões de coroas suecas. A SAS procurou financiamento junto da Apollo Global Management, com a private equity norte-americana a financiar a companhia aérea em 700 milhões de dólares. Alguns analistas acreditam que a Apollo venha a se tornar um grande acionista da empresa, convertendo o empréstimo em capital.

A nível técnico, não há muito a relatar no que toca às perspetivas de longo prazo. As ações da empresa recuaram de níveis acima de 90 coroas em 2007 para níveis próximos de zero atualmente. A tendência de longo prazo é claramente negativa e não existem grandes perspetivas de que esteja para se inverter, pelo menos não num futuro próximo. Numa perspetiva de curto prazo, a situação é semelhante. A ação quebrou em baixa o nível de 1 coroa e, tendo em conta a linha de tendência descendente, deverá continuar a recuar, renovando mínimos históricos no processo.

| Euro novamente abaixo da paridade face ao dólar

Os últimos dias ficaram marcados por uma queda do Eur/Usd, que acabou por recuar novamente para níveis abaixo da paridade, renovando mesmo mínimos de 20 anos nos $0,9899. O dólar encontra-se a beneficiar do maikor impacto da guerra na Europa e de um aumento da aversão ao risco, numa altura em que se teme cada vez mais que as subidas de taxas por parte dos bancos centrais, principalmente a Fed e BCE, penalizem a economia mundial de forma mais severa do que o inicialmente previsto. Neste tema, as minutas da última reunião do BCE mostram que o Comité está receoso sobre o facto de a inflação aparentar cada vez mais estar a se enraizar na economia. Esta postura leva agora os mercados a descontar mais duas subidas de 50 pb nas próximas reuniões (setembro e outubro). Nos EUA, destaque para o fórum anual de Jackson Hole, onde o Presidente da Fed, Jerome Powell, sinalizou que o banco deverá continuar a subir as taxas de juro e deixá-las elevadas por algum tempo, de forma a combater a inflação, efetivamente refutando qualquer ideia de que um "alívio" esteja para breve. Powell reiterou que o principal foco da instituição é trazer a inflação para a meta de 2%, apesar da deterioração do poder de compra das famílias e empresas. Dados recentes mostraram um ligeiro declínio na inflação, com o índice de preços de despesas de consumo pessoal a recuar em julho para 6,3% y/y. Mas, segundo Powell, "um único mês de melhoria fica muito aquém do que o Comité terá de ver antes de estarmos confiantes de que a inflação está a descer". Para além disto, Powell mencionou ainda que mais um incremento "invulgarmente grande" (i.e., 75 pontos base) poderá ser apropriado para a reunião do próximo mês.

O Eur/Usd tem sido o principal destaque do mercado cambial dos últimos dias. O par recuou novamente para níveis abaixo da paridade, renovando mínimos de 20 anos nos $0,9899 na terça-feira passada. As perspetivas são negativas para todo o horizonte temporal, sendo que o próximo suporte se situa na zona dos $0,95, ainda que este seja bastante antigo.

| Petróleo inverteu tendência

Os preços do petróleo registaram uma semana de ganhos. Este movimento resultou, em boa parte, da Arábia Saudita, que apontou para a possibilidade da existência futura de alguns cortes na produção de petróleo por parte da OPEP+, de forma a equilibrar o mercado do petróleo e compensar o retorno dos barris iranianos aos mercados se o Irão conseguir um acordo nuclear com o Ocidente. Esta ideia foi também apoiada pelos Emirados Árabes Unidos. Por fim, o Commerzbank comentou que a Arábia Saudita transmite a impressão de não estar disponível para "tolerar" um deslizamento para níveis de preços inferiores aos $90, sugerindo que serão tomadas medidas (cortes de produção) para garantir que tal não aconteça.

A nível técnico, o crude quebrou em alta o limite superior do canal de tendência descendente (vermelho), dentro do qual vem a transacionar desde junho, sinalizando uma possível inversão da tendência. Transacionando em torno dos $92, espera-se que, no curto prazo, o ouro negro continue a sua nova trajetória ascendente, apresentando como nova possível resistência o nível dos $100.

| Ouro recuou com discurso de Powell

O ouro lateralizou em torno dos $1750 ao longo da semana. Contudo, na sexta-feira, o discurso de Powell mostrou uma postura "agressiva" por parte da Fed, impulsionando o dólar e tornando o ouro menos atrativo.

Na semana passada, o preço do ouro manteve-se relativamente estável, permanecendo acima da linha de tendência descendente (vermelho), de onde transacionou desde o início do ano até ao momento. Assim, após a falha na quebra da resistência do nível dos $1800 por onça, o metal transacionou em trono dos $1750, podendo no futuro realizar outra tentativa de quebrar a resistência supramencionada. Espera-se que o local onde transaciona possa surgir como um nível de suporte, levando a que o metal precioso possa quebrar o ciclo descendente.

As análises técnicas aqui publicadas não pretendem, em caso algum, constituir aconselhamento ou uma recomendação de compra e venda de instrumentos financeiros, pelo que os analistas e o Jornal de Negócios não podem ser responsáveis por eventuais perdas ou danos que possam resultar do uso dessas informações. Caso pretenda ver esclarecida alguma dúvida acerca da Análise Técnica, por favor contactar a IMF ou o Jornal de Negócios.
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