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Crescimento retrai-se mas ainda será de 4% em 2012

Na óptica do membro da direcção do IPDAL, Portugal possui vantagens objectivas nas relações económicas com os países latino-americanos e tem de saber como fazê-las render

Crescimento retrai-se mas ainda será de 4% em 2012
27 de Dezembro de 2011 às 14:47
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Filipe Domingues é director do Instituto para a Promoção e Desenvolvimen-to da América Latina.


Um abrandamento da economia nunca é bom sinal, mas neste caso precisa de ser contextualizado. Os números vão ajudar: a América do Sul que, este ano, no seu conjunto cresceu 4,2%, irá em 2012 ter um aumento da actividade económica entre os 3,5% e os 4%. Ainda assim, superior a qualquer um dos mercados europeus que tradicionalmente se designam por "maduros". Esta ligeira retracção é motivada pela crise mundial, com especial enfoque nos Estados Unidos da América, Europa e Japão.

Segundo Filipe Domingues, membro da direcção do Instituto para a Promoção e Desenvolvimento da América Latina (IPDAL), haverá uma diminuição da procura de "commodities". O responsável deu ainda ênfase ao efeito dominó da crise. Os problemas económicos nos Estados Unidos da América e Europa poderão também afectar a economia chinesa, que é o principal parceiro e importador da América Latina.

No entanto, o IPDAL acredita que há razões para estar optimista porque, desde 2003, o crescimento da região tem sido sustentado, os níveis de pobreza são os mais baixos dos últimos 20 anos e assiste-se a uma diminuição das desigualdades. "Mas há mais conquistas, há políticas de combate à corrupção, e a ideia de que estes não são países seguros está a mudar. Estive na Colômbia, no mês passado, e achei que era seguríssimo como qualquer país europeu... O crescimento económico anda de mãos dadas com a estabilidade social", assegurou Domingues.

"O optimismo é também muito importante. Não se traduz em números, mas sente-se nas pessoas. Assim que se chega a estes países, isso é uma realidade", acrescentou o responsável.
Na perspectiva do IPDAL, Portugal tem vantagens competitivas neste mercado. "Temos facilidade com as línguas, e isso também sucede com a língua hispânica. Há uma proximidade cultural e poucas barreiras comunicacionais, o que faz com que a realização de negócios seja mais fácil", explicitou Filipe Domingues. O orador afirmou ainda que, actualmente, o corpo diplomático destes países que vem para Lisboa é escolhido entre os "diplomatas de carreira", e no seio dos quadros da mais alta "confiança" dos presidentes de cada um dos países latino-americanos.

Como pano de fundo de todas estas dinâmicas, existe ainda a proximidade de um acordo entre a União Europeia e a Mercosul. "É mais importante para nós do que para eles", rematou o director do IPDAL Filipe Domingues.



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