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Poupança: O rendimento foi de férias

Visitámos seis bancos em busca de soluções para aplicar 2500 euros do subsídio de férias. Mas parece que o rendimento também fez uma pausa.

03 de Agosto de 2015 às 11:33
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Ficha técnica

O que testámos?

Conselhos financeiros para aplicar o subsídio de férias, cerca de 2500 euros, pelo prazo de um ano.

Onde?

Visitámos um balcão de cada um dos seis maiores bancos nacionais na zona de Lisboa.

Quando?

O teste decorreu durante o mês de junho de 2015.


Fomos à procura de recomendações para aplicar o subsídio de férias. Visitámos um balcão de cada um dos seis maiores bancos nacionais com a pergunta: "Tenho 2500 euros para aplicar durante pelo menos um ano. O que me recomenda?" A maioria dos bancos sugeriu aplicar em depósitos a prazo, ainda que as taxas dos mesmos estejam abaixo de 1%. Registámos apenas duas sugestões fora do padrão: o Banco BPI indicou um seguro de capitalização, contudo não esclareceu o nosso cliente-mistério que existiam custos de resgate no primeiro ano (2% no primeiro semestre e 1% no segundo), o que poderia penalizar bastante o rendimento da aplicação. Uma das vantagens dos seguros de capitalização é apresentarem um rendimento mínimo, mas neste caso está apenas garantido o capital. Foi um dos seguros que analisámos recentemente, tendo registado o rendimento mais baixo dos últimos cinco anos. No Millennium bcp foi sugerido, a par de um depósito de taxa fixa a um ano, um Produto Financeiro Complexo sob a forma de depósito indexado. O capital está garantido, mas não permite mobilização antecipada. O rendimento depende de um cabaz de cinco ações de empresas internacionais: Takeda Pharmaceutical, GlaxoSmithKline, Kinder Morgan, IBM e Vivendi. Apresenta apenas duas hipóteses de rendimento: 2% líquidos, se o preço de fecho de todas as ações do cabaz, na data de observação final, for igual ou superior ao registado na data de início do depósito; ou 0,108% líquidos, nas restantes situações. O mais certo é que se fique pela segunda hipótese e ganhe apenas 0,108%. Nos seis bancos visitados, as taxas propostas foram sempre abaixo de 1%, como se pode ver no quadro ao lado. Assim, a solução mais indicada é aplicar no melhor depósito a um ano do mercado, que rende 1,4% líquido (Banco Invest). Se tiver pretensões de manter a poupança por cinco anos, então opte pelos Certificados do Tesouro Poupança Mais, que rendem 1,6% líquidos ao ano.


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Ganhos inferiores a 1%

Depósitos, contas poupança, seguro de capitalização e um produto estruturado foram as sugestões para o subsídio de férias.

Banco BPI

Foram sugeridos três produtos: uma conta poupança, um depósito a prazo e o seguro de capitalização BPI Novo Aforro Familiar. Nos primeiros dois produtos a taxa é de 0,15 e 0,1% bruta, respetivamente (0,1 e 0,07% líquida). Não foi entregue qualquer folheto com os detalhes técnicos. A terceira sugestão apresenta o capital garantido, mas o rendimento só é conhecido em janeiro do ano seguinte. Em 2014 rendeu 1% bruto aos seus subscritores. Os seguros têm taxa de imposto mais baixa do que os depósitos, mas apenas se aplicar por prazos superiores a 5 anos e tem custos de resgate no primeiro ano.


Millennium BCP

Foram sugeridos dois depósitos: o Poupança Reforço e o Valor Internacional Julho 2016. No primeiro, o capital está sempre disponível e paga juros mensais à taxa de 0,108% líquida. Na constituição (e futuros reforços) pode aplicar entre 25 e 4000 euros. O segundo é um Produto Financeiro Complexo sob a forma de depósito a um ano com rendimento dependente de um cabaz de ações. Só tem duas hipóteses de rendimento: 2% líquido, se nenhuma das 5 ações do cabaz perder, ou 0,108%, nas restantes situações. O montante mínimo é de 1000 euros e não permite mobilização antecipada.


Novo Banco

Foram apresentadas duas soluções: o Depósito a Prazo Crescente 18 Meses ou a Conta Rendimento Mensal. Apesar desta última ter um juro mais baixo (0,9% líquido), permite mobilizar o capital em qualquer altura sem perda de juros. O montante mínimo de abertura é de 1000 euros. Já o depósito a taxa crescente paga juros semestrais a taxas que variam entre 0,8 e 1,1% líquidas (a taxa líquida média é de 0,94%). O mínimo exigido é também 1000 euros. Apenas convém mobilizar o capital na data de pagamento semestral, para não ser penalizado nos juros. Foram entregues as respetivas FIN.


Caixa Geral de Depósitos

Para o montante apresentado e permanência durante 12 meses, apenas havia uma solução: o Depósito Mais, com uma taxa de juro bruta de 0,45%. O montante mínimo exigido para este depósito é de 1000 euros. Em termos líquidos, este depósito rende 0,3%. Permite mobilização antecipada, total ou parcialmente, em qualquer data, com perda de juros corridos sobre o capital mobilizado. Foi entregue um folheto promocional com as várias soluções de poupança do banco. Não foi facultada ao cliente a Ficha de Informação Normalizada (FIN).


Montepio

Foi sugerido o Montepio Poupança Certa, um depósito pelo prazo de três anos com pagamento anual de juros a taxa crescente. No primeiro ano rende 0,9% líquidos, no segundo 1,1% e no terceiro ano proporciona 1,3% (média de 1,1%). O mínimo de constituição é 2500 euros e não são admitidos reforços. Podem ser efetuados levantamentos a qualquer momento, total ou parcialmente, com penalização dos juros desse ano. A funcionária explicou também que teria vantagens se fosse associado, como taxa superior (0,94%, no primeiro ano). Foi entregue a respetiva Ficha de Informação Normalizada.


Santander Totta

O único produto para esse fim, de momento, é o Aforro Prémio X, segundo a funcionária. É um depósito à ordem à taxa de 0,3% líquida com pagamento mensal de juros, sendo os juros incorporados no capital, exceto se o cliente optar pelo crédito na conta à ordem. Do 13.º ao 37.º mês a remuneração é de 0,14% líquida. Após 37 meses, cerca de 3 anos, será atribuído um prémio de 0,36% líquido. O montante mínimo de subscrição é de 100 euros e não permite reforços. Foi entregue ao cliente-mistério a respetiva Ficha de Informação Normalizada.


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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