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Investir no Canadá?

Desde o início da pandemia da covid, o Canadá nunca esteve nas manchetes. Embora gravemente afetado em termos de saúde e economia, os problemas foram controlados por uma gestão eficaz da crise. Invista em Toronto.

11 de Agosto de 2020 às 10:30
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Choque económico duplo
Foi em meados de março que a pandemia disparou no Canadá e as medidas de confinamento multiplicaram-se. No entanto, as dificuldades da economia são anteriores, na sequência do colapso do preço do petróleo. O Canadá é o quarto maior produtor mundial de hidrocarbonetos. O setor da energia representa um décimo do PIB. A queda do preço do barril, no primeiro trimestre, de 60 para 20 dólares, atingiu severamente a economia canadiana. Mesmo antes da covid, milhares de empregos desapareceram na energia e a produção entrou em colapso. Com a falência de alguns produtores, milhares de poços ficaram abandonados. Outros 100 mil estão parados porque deixaram de ser rentáveis. Foi neste contexto desfavorável que chegou a pandemia. Como resultado, a economia canadiana rapidamente sofreu uma paralisação histórica. A partir de março, mais de um milhão de empregos foram perdidos e dois milhões de trabalhadores viram os seus horários reduzidos. De menos de 6%, a taxa de desemprego mais do que duplicou para 13,7%, em poucas semanas.

Queda histórica da bolsa
Com o duplo choque da queda do petróleo e a covid, o PIB já caiu 2,1% no primeiro trimestre e terá colapsado nos três meses seguintes. A pandemia e o encerramento da economia provocaram uma queda generalizada das bolsas, mas o colapso no preço de um barril acentuou o fenómeno na bolsa de Toronto. O setor energético representa 16% da bolsa canadiana. O dia 12 de março foi sombrio: Toronto caiu 12%, a maior queda diária desde 1940. E a evolução semanal de 9 a 13 de março foi mesmo a pior da sua história. A 16 de março, caiu mais 10%, causando a terceira interrupção em oito dias de negociação. Num mês, o mercado canadiano perdeu um terço do seu valor. À semelhança de outras "moedas petrolíferas", o dólar canadiano também foi atingido, desvalorizando 10% face ao euro, entre 19 de fevereiro e 18 de março.

Retoma em dois vetores
Desde o seu ponto mais baixo em março, a bolsa de Toronto já recuperou. Primeiro aproveitou o acordo entre a OPEP e outros países, incluindo a Rússia, para reduzir a produção de crude. Além desta evolução favorável dos preços do petróleo e da renovada confiança dos investidores globais, a bolsa canadiana beneficiou da resposta rápida e adequada das autoridades. Ao contrário da maioria dos bancos centrais dos países desenvolvidos, o Banco do Canadá já normalizou a sua política nos últimos anos. Por isso, agora foi capaz de fazer uma maior expansão da sua política monetária. A taxa diretora foi reduzida em 1,5%, para o mínimo histórico de 0,25%, e os agentes económicos beneficiaram de uma melhoria real das condições de crédito. Com as contas equilibradas há vários anos, o Governo tinha as munições para lidar com a crise. Em suma, a economia canadiana mostrou trunfos para resistir a um choque duplo sem precedentes.

Parte na frente
Tal como em outros países, há muitas incertezas sobre a atividade económica nos próximos trimestres. Mas a economia do Canadá tem trunfos para ultrapassar a crise. O pior já passou para o setor petrolífero. Se uma subida acentuada do preço não está na ordem do dia, o aumento das últimas semanas é suficiente para tirar o setor do marasmo. À medida que as perspetivas melhoram, o investimento e a produção voltarão a aumentar. E, graças a um dólar canadiano subvalorizado no mercado cambial, os exportadores do Canadá estão bem posicionados para aproveitarem a recuperação da procura global. A nível interno, as medidas fiscais preservaram a saúde financeira dos agentes económicos e as taxas de juro mais baixas apoiarão a procura. Entre os países mais desenvolvidos, o Canadá não terá das piores recessões este ano e a recuperação poderá estar entre as mais sólidas em 2021.

Conselho
Neste contexto, as ações canadianas são interessantes. Exageradamente penalizadas pela crise, permitem esperar uma boa rentabilidade, com um risco relativamente limitado para um mercado acionista. Aconselhamos fundos de ações canadianos no âmbito das nossas carteiras equilibrada (5%) e agressiva (5%).
Entre os produtos mais bem classificados destacamos os ETF:
- Lyxor MSCI Canada UCITS ETF (LU0496786731)
- UBS MSCI Canada UCITS ETF (LU0446734872)

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