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Certificados de Aforro: Acabou o ano, acabou o prémio. E agora?

O final de 2016 marca o fim do prémio fixo de 2,75% bruto na série C e de 1% na série B dos Certificados de Aforro. A remuneração deste produto depende da Euribor. Com taxas abaixo de zero, será que ainda vale a pena manter estas séries?

31 de Janeiro de 2017 às 09:53
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Em 2012, as taxas Euribor já estavam em queda e as subscrições de Certificados de Aforro também devido às baixas remunerações. Por isso, no final de julho desse ano, o Estado mudou as regras das séries B e C, para contornar a fuga de subscritores e os elevados resgates. Aliás, desde 2008 que estes eram bastante superiores às novas subscrições.

Para inverter essa situação, foram aplicados prémios fixos em ambas as séries. Assim, úlpara a B, que já estava fora de subscrição, foi acrescido um prémio fixo de 1% e para a C, em subscrição na altura, suspenderam-se os prémios de permanência e substituiu-se por um prémio fixo de 2,75% brutos. Ficou estabelecido que essas condições excecionais de remuneração estariam em vigor até 31 de dezembro de 2016, data após a qual seriam retomadas as condições originais. E eis que chegamos a 2017. O cenário das taxas de juro não melhorou. Aliás, continuaram a descer e as novas subscrições de Certificados de Aforro estão novamente em queda. Como fica então o rendimento das séries B e C? Quem as tem deve mantê-las ou resgatá-las?

Pode manter a série B

Se tem a série B, mantenha. Em janeiro, apesar de a taxa bruta ter recuado cerca de 1%, em termos líquidos ainda é de 1,4%, situando-se ao nível dos melhores depósitos a prazo. Com uma provável subida das taxas Euribor nos próximos anos, ainda que não a curto prazo, poderá superar os Certificados do Tesouro Poupança Mais. A taxa dos Certificados de Aforro da série B têm por base a TBA, um indexante dos mercados monetários utilizado nos empréstimos ou noutras formas de dívida pública. Esta TBA é calculada com base na Euribor a três e a 12 meses, de acordo com a fórmula que consta no quadro ao lado.

Até final de 2016, era acrescido o prémio fixo de 1%, não podendo resultar deste mecanismo uma remuneração superior a 5%. Além disso, acrescem prémios de permanência a esta série: 0,25% no segundo semestre de capitalização e mais 0,25% em cada um dos semestres seguintes até atingir 2%. Atualmente, todos os certificados da série B apresentam o prémio máximo, ou seja, 2%. Assim, tem sempre este mínimo garantido de 1,4% líquidos. Supondo que a Euribor sobe 0,2% ao ano, terá uma TAEL de 1,5% nos próximos cinco anos.

Série C perdeu interesse

A taxa de rendimento é determinada mensalmente com base na média dos valores da Euribor a três meses observados nos últimos dez dias úteis, segundo fórmula que consta no quadro. Sobre esta taxa acrescia o prémio fixo de 2,75%, não podendo resultar deste mecanismo uma remuneração superior a 5%. Os prémios de permanência anuais tinham sido suspensos.

A partir de janeiro deste ano, os prémios de permanência são novamente aplicados, tendo em conta a antiguidade. Assim, consoante a data de subscrição da série, terá de somar à taxa base o respetivo prémio de permanência. A série C foi criada em janeiro de 2008, pelo que terá o prémio máximo de 1,8% líquidos se subscreveu logo nesse mês; se subscreveu um ano depois, em janeiro de 2009, tem atualmente um prémio de 1,1% líquidos. Mas, por exemplo, se subscreveu em janeiro de 2010, o prémio já é apenas de 0,9%. E como da fórmula de cálculo do rendimento resulta uma taxa negativa, porque a Euribor a 3 meses ronda os -0,3%, o rendimento que recebe vem exclusivamente do prémio de permanência. Assim, apenas quem aplicou entre 2008 e o início de 2009 tem um rendimento interessante. Se subscreveu esta série há oito anos ou menos terá um rendimento inferior a 1% líquidos. Nesse caso, recomendamos o resgate e a subscrição de Certificados do Tesouro Poupança Mais. Quem subscreveu, por exemplo, em janeiro de 2010 e está a 3 anos de resgatar, supondo que a Euribor sobe 0,2% ao ano, teria uma TAEL de apenas 1,4%, tanto quanto atualmente rende o melhor depósito a 12 meses. Não compensaria manter esta série.

Não recomendamos a série D

A série D, em subscrição, não é afetada por estas alterações, pois é posterior a estes prémios fixos. Tem apenas dois anos, foi criada em janeiro de 2015, edesde o início que não recomendamos a sua subscrição já que o rendimento é muito pouco interessante. A taxa é calculada com base na média dos valores da Euribor a três meses observados nos dez dias úteis anteriores, acrescida de 1% (ver quadro abaixo). Esta taxa não pode ser superior a 3,5% nem inferior a 0%. Existe ainda um prémio de permanência que acresce à taxa base: 0,5% do início do segundo ano ao final do quinto ano; 1% do início do sexto ano ao final do décimo ano.

Em janeiro a taxa base é de 0,5% líquidos, o que nos parece pouco interessante. Não recomendamos a subscrição. Se a Euribor subir 0,2% ao ano nos próximos cinco anos, obtém apenas uma TAEL de 1,1%, o que é muito pouco. Se já tem, resgate e aplique em Certificados do Tesouro. n


Este artigo foi redigido ao abrigo do novo acordo ortográfico.

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