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Turistas estrangeiros mais do que duplicaram em 2022, mas abaixo do pré-pandemia

Dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que o setor do turismo se aproximou dos valores recorde de 2019 nos principais indicadores em 2022, ano marcado pelo regresso dos turistas estrangeiros a Portugal.

A subida do preço médio foi de 42,1% na hotelaria, 35,9% no alojamento local e 13,4% no turismo no espaço rural e de habitação.
Inês Gomes Lourenço
06 de Julho de 2023 às 12:19
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O número de turistas não residentes que escolheram Portugal como destino mais do que duplicou no ano passado (+131,4%) face a 2021 atingindo 23,3 milhões, mas ficou 9,6% abaixo dos níveis de 2019, revelam dados publicados, esta quinta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

"Depois de dois anos fortemente afetados pela pandemia de covid-19, os indicadores estatísticos disponíveis permitem concluir que em 2022 o setor do turismo se aproximou dos valores recorde de 2019 nos principais indicadores, tendo sido um ano significativamente marcado pelo regresso dos turistas estrangeiros a Portugal", assinala o INE.

O mercado espanhol manteve-se como o principal mercado emissor de turistas internacionais (com uma quota de 25,8%), tendo crescido 97,4% face ao ano anterior, enquanto o francês (com 13,3% do total) continuou em segundo lugar (era terceiro em 2019), aumentando 91,1%. Já os turistas do Reino Unido (13,2% do total, terceiro principal mercado em 2022, segundo em 2019) registaram também uma variação positiva (+186,8%).

A generalidade dos meios de alojamento turístico registou 28,9 milhões de hóspedes em 2022, que proporcionaram 77,2 milhões de dormidas, tendo aumentado 80,7% e 81,1%, respetivamente (+36,9% e +40,7%, pela mesma ordem, em 2021), ficando, ainda assim, ligeiramente abaixo dos níveis de 2019 (-2,2% e -0,8%, respetivamente).

O mercado interno assegurou 27,5 milhões de dormidas, traduzindo um crescimento de 22,2% em 2022 (+5,3% face a 2019), enquanto as de não residentes mais do que duplicaram face a 2021 (+146,9%), mas ficaram abaixo dos níveis de 2019 (-3,9%), correspondendo a 49,7 milhões, isto é, a 64,4% do total (após 47,2% em 2021 e 66,4% em 2019).

O Reino Unido manteve a maior representatividade (18,8% do total das dormidas de não residentes), tendo crescido 186,6% (-3,9% face a 2019), seguido do mercado alemão (12,1% do total), que aumentou 138,8% (-5,8% face a 2019), ultrapassando o mercado espanhol (com uma quota de 11,2%, que cresceu 88,7% face a 2021, mas encolheu 2,7% face a 2019).

A 31 de junho, estavam em atividade, e com movimento de hóspedes, 7.431 estabelecimentos - incluindo hotéis, apartamentos e aldeamentos turísticos, pousadas, alojamento local, parques de campismo ou colónias de férias -, ou seja, mais 13,1% face a 2021 (+3,9% comparando com 2019), indica o INE.

Nos estabelecimentos de alojamento turístico (hotelaria, alojamento local e turismo no espaço rural/habitação), os proveitos totais ascenderam a 5 mil milhões de euros (+115,2%) e os de aposento a 3,8 mil milhões de euros (+117,3%). Face a 2019, também se registaram crescimentos, de 16,7% e 17,9%, respetivamente.

O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) foi 74,0 euros em 2022, ou seja, mais do que duplicou face a 2021 (+127,2%) e cresceu 49,8% em relação a 2019. Já o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) correspondeu a 103,6 euros (+17,4% que em 2021 e +16,1% face a 2019), de acordo com o INE.

As Estatísticas do Turismo olham também para as deslocações turísticas dos residentes que atingiram 22,6 milhões, refletindo uma variação anual de 29,2%, mas ficando também ainda aquém dos valores de 2019 (-7,5%).

As viagens em território nacional aumentaram 21,0% (-6,5% face a 2019), atingindo 20 milhões, enquanto as deslocações para o estrangeiro alcançaram 2,7 milhões (+162,5% face a 2021, mas menos 14,3% em comparação com 2019).

Mais de metade da população não viajou em turismo

Em 2022, a despesa média por turista em cada viagem teve um acréscimo de 18,3% face a 2021, fixando-se em 232,5 euros (+18,8% face a 2019). Nas deslocações em território nacional, os residentes gastaram, em média, 163,3 euros por turista/viagem, menos 6,8 euros que em 2021, mas mais 30,2 euros em comparação com 2019. Já nas deslocações para o estrangeiro, o gasto médio por turista/viagem foi 752,5 euros, ou seja, mais 19,7% em relação ao ano anterior e mais 20,1% face a 2019, segundo o INE.

Os mesmos dados permitem também ver que mais de metade dos portugueses não viajaram em turismo em 2022, já que, segundo os resultados do Inquérito às Deslocações dos Residentes, 47,7% efetuou pelo menos uma viagem turística, o que representou um acréscimo de 3,7 pontos percentuais face a 2021 (mais 373,4 mil turistas), correspondendo a 4,9 milhões de indivíduos. Comparando com 2019, o número de turistas
diminuiu 10,1% (-547,3 mil turistas).




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