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Receitas do turismo 27,2% acima de 2019 com o aumento dos preços

Em outubro, as receitas totais do turismo atingiram os 497,7 milhões de euros, ultrapassando em 27,2% os proveitos de 2019, de acordo com os dados do INE. Do total de receitas, mais de metade, 370,6 milhões de euros foram conseguidos através de alojamento. Aumento acontece à boleia da subida do número de hóspedes e do "aumento dos preços dos serviços prestados", aponta o INE.

O setor do turismo tem estado em franca recuperação depois das quedas verificadas durante a pandemia.
Sérgio Lemos
14 de Dezembro de 2022 às 11:33
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O aumento dos preços já se reflete nas contas do turismo. Em outubro, as receitas totais do turismo atingiram os 497,7 milhões de euros, ultrapassando em 27,2% os proveitos de 2019, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.


Do total de receitas, mais de metade, 370,6 milhões de euros foram conseguidos através de alojamento. Mais 27,8% face aos valores de outubro de 2019.


Segundo o INE, no conjunto dos primeiros dez meses de 2022, os proveitos totais - onde cabem as receitas com lavandaria, comunicações ou lavandaria - cresceram 126,9% atingindo os 4,5 mil milhões de euros. Os proveitos com aposento (dormidas) atingiram os 3,4 mil milhões, subindo 128,6% ao longo do ano.

Valores que ultrapassam em 15,6% e em 16,7%, respetivamente, quando comparado igual período de 2019 e ultrapassam mesmo o total de 4,3 mil milhões de receitas totais registadas entre janeiro e dezembro do ano pré-pandemia e os 3,2 mil milhões de proveitos com o alojamento.


Esta subida nas receitas acontece à boleia do aumento do número de hóspedes, que em outubro atingiram os 2,6 milhões de hóspedes e as 6,8 milhões de dormidas, mas reflete também "o aumento dos preços dos serviços prestados", aponta o INE.

Entre as várias regiões do país, em outubro, a área metropolitana de Lisboa concentrou 35,5% das receitas totais e 38,1% dos relativos a aposento. Seguiu-se o Algarve com 24,5% e 22,2%, respetivamente, e o Norte com 16,4% e 17,2%, pela mesma ordem.

 


Um terço das dormidas na hotelaria são de ingleses


No conjunto dos primeiros dez meses de 2022, os mercados externos representaram 67,2% do total de dormidas em território nacional, ficando 3,2 pontos percentuais abaixo do mesmo período de 2019.


Entre os vários segmentos de alojamento, o turismo no espaço rural e de habitação foi o único em que predominaram as dormidas dos portugueses com 56,5% do total, ficando 4,9 pontos percentuais acima de 2019.


Dos turistas estrangeiros destacam-se as dormidas dos hóspedes do Reino Unido na hotelaria, principalmente em unidades de 5 estrelas, representando um terço das dormidas dos turistas estrangeiros. Também se destaca a Alemanha no alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação, aponta o INE.


Os dados do INE revelam ainda que há dez mercados emissores que, entre janeiro e outubro, representaram 78,8% do total de dormidas dos estrangeiros. E houve quatro mercados que concentraram cerca de metade das dormidas de não residentes: o Reino Unido (19,9%), a Alemanha (11,5%), a Espanha (10,7%) e França (9,5%).


Comparando com 2019, o maior acréscimo registou-se no mercado norte americano, com mais 1,8 pontos percentuais. O mercado brasileiro foi o que mais perdeu face ao período pré-pandemia (-1,2 pontos percentuais).

 


Taxas de ocupação acima de 2019


As taxas líquidas de ocupação-cama e de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico, em outubro, fixaram-se em 48,9% e 60,4%, respetivamente. Foram ligeiramente superiores às de outubro de 2019, quando se registou 48,4% e 59,6%, pela mesma ordem.


O rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 61,2 euros, em outubro, e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 101,2 euros (+42,5% e +20,6% face a outubro de 2021, respetivamente). Em relação a outubro de 2019, o RevPAR aumentou 21,8% e o ADR cresceu 20,1%.

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