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Quinta da Ombria: resort de 260 milhões começou a ser construído em Loulé

Duas décadas de atraso, preocupações de protecção ambiental e mudanças na dimensão da empreitada marcaram o passado. O Ombria Resort, a oito quilómetros de Loulé, vai avançar com investimento finlandês e abre portas, espera-se, em 2019.

25 de Agosto de 2017 às 11:01
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Mais de 20 anos depois, foi lançada esta sexta-feira, 24 de Agosto, a primeira pedra do Ombria Resort, empreendimento turístico também conhecido como Quinta da Ombria, em Loulé, Algarve.

Os finlandeses do fundo de investimento Pontos Group vão aplicar 262 milhões de euros no projecto, um valor que tem vindo a aumentar ao longo dos anos. O projecto recebeu, em 2012, pelas mãos de Paulo Portas, a categoria de Projecto de Interesse Nacional.


A primeira das três fases representa 100 milhões desse total. A mesma inclui a construção da primeira unidade da cadeia hoteleira norte-americana Viceroy em território europeu. A marca é especializada em hotéis de luxo e boutique e, em 2014, anunciava que queria ter portas abertas em 2017, comprovando-se assim mais este atraso.


O hotel de cinco estrelas, com 76 quartos, será complementado com 65 residências turísticas, a custar entre 300 mil e 2,5 milhões de euros. Todas deverão estar prontas em 2019, com a gestão da Viceroy. Esta é apenas uma parte da componente imobiliária do Ombria Resort, que prevê 385 unidades residenciais. O seu foco está no mercado do norte da Europa, com enfoque no Reino Unido, França, Alemanha ou Escandinávia.


A perspectiva é a de criação de mil postos de trabalho no empreendimento turístico, dos quais 700 serão de forma temporária durante a construção do mesmo.


O complexo de 153 hectares integra um campo de golfe de 18 buracos, cinco restaurantes, centro de conferências e instalações de lazer e desporto. Este é o único investimento do Pontos Group em Portugal, casa fundada em 2011 e com raízes no grupo SRV, com projectos a decorrer na Finlândia, Lituânia, Estónia e Letónia. Na Quinta da Ombria, o grupo assegura 60% do investimento com capitais próprios, informou.

 

Protecção ambiental justifica atrasos

O Ombria Resort esteve envolto em polémica, tendo sido contestado por ambientalistas. A Liga para a Protecção da Natureza chegou a apresentar queixa em Bruxelas por receios de que o empreendimento pudesse colocar em causa o aquífero de Querença-Silves, tanto pela poluição causada pela manutenção do campo de golfe como pela pressão no consumo. Já antes, o assunto tinha despertado a atenção da Comissão Europeia.


As novas exigências obrigaram a alterações no projecto, com menos quartos de hotel, residências e um campo de golfe mais pequeno, definindo-se um novo plano em 2012. Dois anos antes, os investidores já queriam ter avançado com as obras. A própria autarquia de Loulé só emitiu o alvará de obras em 2015. As primeiras infra-estruturas estão a ser construídas desde Outubro de 2016.


Este era um dos empreendimentos turísticos que Loulé – concelho onde estão também Vilamoura, Vale do Lobo ou Quinta do Lago – tinha por desenvolver. Outro é Vale do Freixo. Em Maio, a United Investments, dona do Pine Cliffs em Albufeira, dava conta de que poderia deixar cair o projecto de 200 milhões de euros devido a entraves burocráticos, também pelo impacto ambiental.

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