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Pestana: Brexit e aeroporto travam turismo em Portugal
O líder do grupo Pestana relaciona o abrandamento do turismo em Portugal com dois fatores: o Brexit, que afastou muitos britânicos, e a falta de capacidade do aeroporto de Lisboa.
O CEO do grupo Pestana, José Theotónio, diz que já se sente uma diminuição de visitantes do Reino Unido, com os turistas britânicos a preferirem mercados como a Turquia, o Egito ou a Tunísia, países cujas moedas registaram quedas mais pronunciadas do que a libra.
Em entrevista à Reuters, o responsável revela que as receitas do grupo geradas por visitantes britânicos caíram 7% no ano passado, num período em que as receitas totais do grupo Pestana aumentaram 8%.
"Espero que, em algum momento, prevaleça o bom senso e seja alcançado um acordo para evitar um ‘hard’ Brexit", afirmou José Theotonio, em entrevista à Reuters. O responsável pelo Grupo Pestana admite que as receitas geradas com os turistas do Reino Unido poderão voltar a cair. Essencialmente por duas questões. Por um lado há mais concorrência de mercados no mediterrâneo, por outro lado, terá de se ajustar os preços praticados.
"Os hotéis portugueses vão ter de ajustar preços para manter o mercado inglês", salientou o responsável.
José Theotónio acrescenta ainda que um dos fatores de pressão do turismo em Portugal está relacionado com o aeroporto de Lisboa que atingiu a sua capacidade máxima, depois de anos consecutivos de crescimento do turismo.
"A nossa maior preocupação atualmente é a construção do novo aeroporto", adianta.
O acordo para a construção do novo aeroporto de Lisboa foi alcançado na semana passada, com o Montijo a ser a localização da nova infraestrutura.