Notícia
Patrões do setor: "Há uma fadiga fiscal" no turismo
Francisco Calheiros, presidente da confederação patronal do setor, defende que "o Governo deve retribuir ao turismo aquilo que ele tem dado ao país".
O Governo deve "retribuir ao turismo" aquilo que o setor "tem dado ao país". E isso passa pela redução da carga fiscal. O pedido foi feito, mais uma vez, por Francisco Calheiros, presidente da Confederação de Turismo de Portugal (CTP), que aproveitou o início de uma nova legislatura para entregar ao Governo um documento com várias reivindicações do setor. E segue-se a uma ideia que já foi reconhecida pela própria secretária de Estado do Turismo: que é necessário um "sistema fiscal mais justo" para potenciar o investimento.
O responsável falava, este sábado, 16 de novembro, no encerramento do congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e de Turismo (APAVT), que decorreu na Madeira. Num balanço do desempenho do setor durante este ano, Francisco Calheiros salientou que este foi um "bom" ano e desvalorizou o "fim de ciclo" vivido pelo turismo, mas deixou também alguns alertas.
"A Madeira foi a única região do país a registar quebras em 2019. Não é fácil: com várias falências de companhias aéreas e, como se não chegasse, com a falência da Thomas Cook, que veio fazer a tempestade perfeita", comentou.
Ao mesmo tempo, lembrou, os principais mercados estão em queda, ainda que tenham sido compensados por outros. "Em 2018, o nosso principal cliente, os ingleses, baixaram 7,5%. Em 2019, com a pretensa crise que vai haver na Alemanha, temos menos 5% de alemães. Por acaso, com à resiliência dos empresários que temos, o que aconteceu é que, mesmo com a quebra da Madeira, o país cresceu e conseguimos substituir estes mercados por turistas que interessam mais, porque têm uma estadia maior e gastam mais: canadianos, americanos, brasileiros, chineses e coreanos".
Seja como for, frisa, o setor continua em crescimento. "De facto, acabámos um ciclo. Estamos em fim de ciclo, mas é o fim de um ciclo de grande crescimento. Não entrámos num ciclo de quebra, estamos em crescimento, o que é positivo depois de estarmos bastantes anos a crescer a dois dígitos. É perfeitamente normal estarmos agora a fazer um ciclo em que crescemos a um dígito".
Foi neste contexto que a CTP entregou, ao Governo e aos partidos com assento parlamentar, um documento "muito extenso" com propostas de medidas. Entre elas, a redução da carga fiscal.
"Não é mais possível continuarmos com este índice de fiscalidade. Há uma fadiga fiscal. Não posso ter um evento em Vigo a custar menos 23% do que um em Elvas. Não faz qualquer espécie de sentido", exemplificou.
O presidente da CTP concluiu afirmando que, "sem o turismo forte e competitivo, não vamos ter crescimento económico, redução do desemprego e criação de riqueza".
"O Governo deve retribuir ao turismo aquilo que ele tem dado ao país. Primeiro, porque o turismo merece. Segundo porque o país agradece", rematou.
* A jornalista viajou à Madeira a convite da APAVT.
O responsável falava, este sábado, 16 de novembro, no encerramento do congresso anual da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e de Turismo (APAVT), que decorreu na Madeira. Num balanço do desempenho do setor durante este ano, Francisco Calheiros salientou que este foi um "bom" ano e desvalorizou o "fim de ciclo" vivido pelo turismo, mas deixou também alguns alertas.
Ao mesmo tempo, lembrou, os principais mercados estão em queda, ainda que tenham sido compensados por outros. "Em 2018, o nosso principal cliente, os ingleses, baixaram 7,5%. Em 2019, com a pretensa crise que vai haver na Alemanha, temos menos 5% de alemães. Por acaso, com à resiliência dos empresários que temos, o que aconteceu é que, mesmo com a quebra da Madeira, o país cresceu e conseguimos substituir estes mercados por turistas que interessam mais, porque têm uma estadia maior e gastam mais: canadianos, americanos, brasileiros, chineses e coreanos".
Seja como for, frisa, o setor continua em crescimento. "De facto, acabámos um ciclo. Estamos em fim de ciclo, mas é o fim de um ciclo de grande crescimento. Não entrámos num ciclo de quebra, estamos em crescimento, o que é positivo depois de estarmos bastantes anos a crescer a dois dígitos. É perfeitamente normal estarmos agora a fazer um ciclo em que crescemos a um dígito".
Foi neste contexto que a CTP entregou, ao Governo e aos partidos com assento parlamentar, um documento "muito extenso" com propostas de medidas. Entre elas, a redução da carga fiscal.
"Não é mais possível continuarmos com este índice de fiscalidade. Há uma fadiga fiscal. Não posso ter um evento em Vigo a custar menos 23% do que um em Elvas. Não faz qualquer espécie de sentido", exemplificou.
O presidente da CTP concluiu afirmando que, "sem o turismo forte e competitivo, não vamos ter crescimento económico, redução do desemprego e criação de riqueza".
"O Governo deve retribuir ao turismo aquilo que ele tem dado ao país. Primeiro, porque o turismo merece. Segundo porque o país agradece", rematou.
* A jornalista viajou à Madeira a convite da APAVT.