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José Theotónio: "Portugal não tem um ambiente tão favorável para os investidores internacionais"
O maior grupo hoteleiro português está focado na expansão internacional mas não esquece a aposta no país onde surgiu. Para o CEO do grupo Pestana, o maior problema está mesmo nos custos de contexto dentro de fronteiras.
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São os chamados custos de contexto a ditar uma operação mais cara dentro de fronteiras. Quem o garante é José Theotónio, CEO do grupo Pestana.
"Portugal não tem assim um ambiente tão favorável para os investidores internacionais", afirmou esta segunda-feira, 26 de Outubro, durante o 27º Congresso Nacional da Hotelaria e Turismo a decorrer em Évora.
Apesar disso, o maior grupo hoteleiro português mantém Portugal como uma geografia privilegiada no seu negócio. Em 2015, por exemplo, desenvolveu três novas unidades no Algarve, Lisboa e Porto.
"Portugal tem já alguns destinos turísticos reconhecidos internacionalmente e outros que estão a começar a fazer o seu percurso. Ainda não estão na indústria, estão no artesanato", posicionou o gestor.
Por isso mesmo, o grupo Pestana está a "investir em oferta complementar", sobretudo em Lisboa e direccionado para um segmento mais elevado. A intenção é alargar a gama de produtos disponíveis, "modernizar a nossa oferta", para assim chegar a outro tipo de público.
José Theotónio recorda que a empresa criada por Dionísio Pestana teve de colocar em suspenso vários projectos aquando da entrada da troika em Portugal. "Em 2009, todos os investimentos que estavam a meio conseguimos acabar. Mas não iniciamos nenhum", recordou. A retoma dos projectos só chegou em 2013.
Em Setembro, durante um encontro com jornalistas, o grupo hoteleiro anunciou um investimento anual entre 35 e 45 milhões de euros até 2019. A aposta deverá assim atingir os 180 milhões de euros.
Já quanto a gerir unidades de terceiros, mantém-se a posição tomada até agora: não é prioridade, mas pode ser estratégia. "Só nos interessa se houver realmente sinergias grandes", afirmou José Theotónio.