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Hotelaria arrisca perder 3,3 mil milhões com quarentena inglesa
O Reino Unido, que é o principal emissor de turistas para o país, pode excluir Portugal dos “corredores” turísticos para este verão. Os hotéis do Algarve já fazem contas aos prejuízos.
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Caso se confirme que Portugal fica mesmo excluído dos "corredores" turísticos que vão evitar uma quarentena de 14 dias no regresso das férias ao Reino Unido, a hotelaria do país arrisca perder receitas próximas de 3,3 mil milhões de euros.
Este foi o valor gerado pelas 9,4 milhões de dormidas de britânicos nos hotéis portugueses durante o ano passado, segundo dados do Turismo de Portugal citados pelo CM esta terça-feira, 30 de junho. É o principal mercado emissor de turistas, tendo já sido anunciadas 31 rotas para julho e agosto.
Só no aeroporto de Faro desembarcam por ano 2,2 milhões de britânicos. Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) fala num "impacto muito negativo" e avisa que "os portugueses não chegam para salvar o ano" depois de três meses de paralisação devido à pandemia.
Desde 8 de junho que todas as pessoas que chegam do estrangeiro ao Reino Unido, incluindo britânicos, são obrigadas a permanecer em isolamento durante 14 dias para conter a pandemia covid-19 no país. Caso não respeitem a quarentena, incorrem numa multa de cerca de mil euros.
Mesmo antes da decisão, cujo anúncio foi adiado para o final desta semana, os dados da ForwardKeys, que agregam informação sobre bilhetes de avião vendidos por companhias aéreas e agências de viagens, mostram que as reservas de passageiros britânicos com destino a Portugal baixaram 84,2% este mês e antecipam uma queda de 65% em julho e de 66% em agosto.
A Ryanair, que está a processar o Executivo do Reino Unido devido à imposição de uma quarentena para quem entra no território, diz que a ideia destas "pontes aéreas" com alguns países europeus é "mais uma idiotice do governo" liderado por Boris Johnson.