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Taxa de ocupação hoteleira durante JMJ ficou “bastante aquém” das expectativas
Um inquérito promovido pela Associação da Hotelaria de Portugal concluiu que a taxa de ocupação e o preço médio praticado durante a Jornada Mundial da Juventude não atingiram as expectativas. Mas, no geral, consideram que o evento teve impacto positivo.
Com a chegada a Portugal de mais de um milhão de pessoas no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a expectativa dos hóteis, e não só, era bastante alta. Porém, a realidade veio a demonstrar outros valores, e a taxa de ocupação foi mesmo inferior à média do mês de agosto.
A maioria dos 152 empreendimentos da Área Metropolitana de Lisboa (AML) inquiridos pela Associação da Hotelaria de Portugal (AHP) garantem que de 31 de julho a 6 de agosto tiveram hóspedes oriundos deste evento, mas não tantos como esperavam. 41% dos inquiridos disseram ter tido uma taxa de ocupação superior a 90%.
Os hotéis da AML tinham a perspetiva de ter uma taxa de ocupação de 89% nessa semana, enquanto os da cidade de Lisboa apontavam para 91%. A taxa acabou por se situar em 85% e 77%, respetivamente. E o mesmo aconteceu com os preços. "A realidade ficou bastante aquém das expectativas", comentou Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP, durante a apresentação do estudo.
O inquérito anterior realizado pela AHP para medir as estimativas dos associados face à JMJ apontava para valores médios de 219 euros na AML de 225 euros na cidade de Lisboa. Segundo esta última análise, em média, a taxa diária média (ADR) situou-se em 196 euros e 221 euros. Já as estadas médias ficaram nos valores esperados, entre 3 a 5 noites.
Durante a apresentação do inquérito, Cristina Siza Vieira destacou ainda que os números mostram que na cidade de Lisboa houve mais reservas de participantes da JMJ do que na Área Metropolitana de Lisboa. "Não foram os peregrinos que se hospedaram, mas houve hóspedes oriundos da JMJ que se hospedaram na hotelaria", destacou.
Quando questionados sobre como qualificam o impacto da JMJ na região de Lisboa, 56% dos hotéis da AML consideram positivo, 28% neutro e 16% negativo. Já os empreendimentos da cidade de Lisboa têm outra divisão: 44% diz ter sido positivo, 37% negativo e 19% neutro.
A diferença de opiniões pode estar relacionada com o facto de a AML "não ter sentido impacto no quotidiano, como no trânsito", face aos hotéis no centro de Lisboa, explicou Cristina Siza Vieira.
No que toca aos principais mercados, durante a JMJ os hóspedes oriundos de Espanha, Portugal, EUA e França dominaram na AML. Na cidade de Lisboa foram os norte-americanos, espanhóis, brasileiros e franceses.
A AHP aproveitou ainda para fazer uma análise ao mês de agosto completo. E os números mostraram uma ligeira queda da taxa de ocupação face ao mesmo período de 2022. Na AML situou-se em 88%, uma queda de 2 pontos percentuais, e na cidade de Lisboa atingiu os 80%, menos 3 pontos percentuais.
Pelo contrário, os preços aumentaram 10,2% na AML para uma média de 183 euros e em 12% na cidade de Lisboa para 196 euros.